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3 de dez de 2024 às 16:46
Perto do Panteão, no coração de Roma, uma das alfaiatarias eclesiásticas mais antigas e populares da cidade está pronta para o consistório de sábado (7) em que serão criados 21 cardeais.
Pouco depois que o papa Francisco anunciou que criaria 21 novos cardeais em dezembro, a alfaiataria Gammarelli colocou em sua vitrine o traje tradicional dos cardeais.
“É uma vitrine histórica porque nem todos esses itens ainda são usados”, disse a gerente da Gammarelli, Alessia Gammarelli, à EWTN News. Gammarelli, com seus primos Lorenzo e Massimiliano, são a sexta geração a dirigir o negócio da família.
Gammarelli disse que embora a batina preta com detalhes vermelhos ainda seja usada pelos cardeais hoje, o mantelete, ou manto até os joelhos, caiu em desuso.
Os sapatos vermelhos usados pelo papa Bento XVI durante o seu pontificado também já não estão na moda, mas Gammarelli disse que gosta de incluir roupas clericais fora de uso na vitrine por causa do interesse histórico.
A alfaiataria Gammarelli fabricou vestimentas eclesiásticas de centenas, talvez milhares, de padres, bispos e cardeais desde que foi inaugurada em 1798 por Giovanni Antonio Gammarelli como alfaiataria para o clero romano.
A alfaiataria também costurou as vestimentas dos papas, começando pelo papa Pio XI na década de 1920.
Hoje, o cliente mais famoso de Gammarelli é o papa Francisco. A loja recebe encomendas de seus secretários para o papa e as novas roupas são concluídas e entregues ao Vaticano em cerca de uma semana, disse Gammarelli.
Na cerimônia de sábado no Vaticano, os novos cardeais vestirão pela primeira vez as batinas vermelhas escarlates que caracterizam estes assistentes e conselheiros especiais do papa.
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A batina vermelha, usada em liturgias e cerimônias importantes, é acompanhada por uma capa de ombro chamada mozeta e por uma vestimenta de linho branco com bordas de renda chamada roquete. Um solidéu vermelho, que é um pequeno boné redondo, completa o visual.
Os cardeais receberão seu barrete, que é um chapéu quadrado, vermelho e um anel do papa Francisco no consistório.
Para ocasiões mais cotidianas, os cardeais usam batina preta com detalhes vermelhos e faixa vermelha.
Entretanto, Gammarelli está trabalhando arduamente para cumprir quaisquer encomendas de vestuário que possa receber dos novos cardeais, a maioria dos quais só soube que se juntariam ao Colégio dos Cardeais dois meses antes da cerimônia.
“Ainda é uma empresa artesanal. Nós fazemos todas essas roupas, são todas feitas aqui na confecção por nós, assim como todas as vestimentas sagradas que nós mesmos cortamos e costuramos”, disse Gammarelli à EWTN News. Segundo ela, hoje não é fácil encontrar costureiras e costureiros habilidosas.
“Tentamos continuar esta bela tradição. Não é fácil, mas tentamos fazer o que é possível”, disse ela.
Ditta Annibale Gammarelli, como a loja é formalmente chamada, foi adicionada a uma lista de lojas históricas de Roma em 2000. Acredita-se que ela seja a loja mais antiga da cidade ainda administrada por descendentes diretos de seu fundador.
Outra característica importante sempre exibida na vitrine da alfaiataria é um solidéu papal branco.
Gammarelli disse que “muitas vezes as pessoas vêm aqui porque querem dar ao Santo Padre um novo solidéu, para fazer uma troca com o dele. Então, elas compram de nós, nós o colocamos em uma caixinha bonita e elas o fazem, sempre esperando fazer uma troca com o papa quando o encontrarem e receberem o que ele estava usando”.