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19 de dez de 2024 às 15:30
Em busca de sua aprovação no Senado americano para ser o ministro da saúde do governo do presidente eleito Donald Trump, Robert F. Kennedy Jr. Tem dito a senadores republicanos que vai apoiar determinadas políticas pró-vida.
No mês passado, Trump escolheu Kennedy para ser secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês), equivalente do Ministério da Saúde no Brasil. Nos EUA, no entanto, sua nomeação tem que ser ratificada pelo Senado. O HHS supervisiona dez agências, incluindo a Food and Drug Administration (FDA) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Kennedy é um ex-democrata. Ele concorreu à presidência como independente este ano antes de desistir e apoiar Trump.
Embora Kennedy tenha apoiado o aborto por toda a sua carreira pública, ele disse aos senadores pró-vida em reuniões a portas fechadas que se oporia a usar dinheiro dos pagadores de imposto para abortos nos EUA e no exterior e restauraria proteção à objeção de consciência de profissionais que se recusem a fazer um aborto.
“Hoje eu me sentei com [Kennedy] – tivemos uma discussão substancial sobre a saúde americana … [e] uma boa discussão, longamente, sobre políticas pró-vida no HHS”, disse o senador republicano do Missouri, Josh Hawley, na rede social X.
Segundo Hawley, Kennedy disse a ele que, se confirmado, restabeleceria a política da Cidade do México, que proíbe financiamento federal para organizações estrangeiras que promovem o aborto. Trump restabeleceu a política da Cidade do México em seu primeiro mandato e disse à EWTN News em outubro que consideraria fazer isso novamente em um segundo mandato.
A regra foi criada pelo presidente republicano Ronald Reagan em 1984 e tem sido a política de todos os presidentes republicanos desde então.
Hawley disse que os planos de Kennedy incluem “acabar com o financiamento do contribuinte para abortos no mercado interno” e “restabelecer a proibição de que fundos do Título X vão para organizações que promovem o aborto”. O deputado disse também que Kennedy também “prometeu restabelecer as proteções de consciência para os profissionais de saúde”.
O senador republicano Tommy Tuberville, do Alabama, disse à imprensa que ele e Kennedy também conversaram sobre o aborto, dizendo: “A grande coisa sobre o aborto é o que ele está dizendo a todos … o que quer que o presidente Trump [apoie], vou apoiá-lo 100%”.
“Basicamente, [Kennedy] e o presidente Trump se sentaram e conversaram sobre isso e ambos chegaram a um acordo”, disse Tuberville. “Roe x Wade se foi, [o aborto] voltou para os Estados. Deixem o povo votar sobre isso”.
Segundo o senador republicano Markwayne Mullin, de Oklahoma, Kennedy disse a ele que “serve à vontade do presidente [que está chegando] dos Estados Unidos e ele levará suas políticas adiante”.
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“A primeira coisa [de Kennedy] é [que] temos muitos abortos. Seu acompanhamento é [que ele está] servindo à vontade do presidente dos EUA… Acho que isso deve esclarecer essa questão para qualquer um”, disse Mullin.
O senador republicano Tim Scott, da Carolina do Sul, disse na rede social X que também conversou com Kennedy sobre o aborto.
“Tive uma discussão produtiva com Robert F. Kennedy Jr. esta noite sobre o futuro do sistema de saúde de nossa nação, a prevenção do aborto financiado pelo contribuinte e o bem-estar dos americanos a longo prazo”, disse Scott.
Em sua campanha presidencial independente, Kennedy apoio o aborto em todos os estágios da gravidez, incluindo o aborto tardio. Mais tarde, ele retirou essa posição e disse que apoiaria restrições no ponto de viabilidade fetal.
Kennedy disse também em sua campanha que apoiaria uma “iniciativa maciça de creches subsidiadas” para reduzir o número de abortos sem limitar o acesso legal.
Nenhuma palavra sobre abortos químicos
No entanto, Tuberville disse que não falou com Kennedy sobre abortos químicos, que são regulamentados pelo FDA. O próprio Trump disse que não vai restringir o acesso à droga abortiva mifepristona. Os abortos químicos representam cerca de metade de todos os abortos nos EUA.
O FDA aprovou pela primeira vez a mifepristona para fazer abortos químicos em 2000. Segundo a lei atual dos EUA, a droga é aprovada para abortar um bebê até dez semanas de gestação, momento em que a criança tem batimentos cardíacos fetais, atividade cerebral precoce e olhos, lábios e narinas parcialmente desenvolvidos.
A mifepristona mata a criança ao bloquear o hormônio progesterona, que corta o suprimento de oxigênio e nutrientes. Uma segunda pílula, o misoprostol, é tomada entre 24 a 48 horas depois da mifepristona para induzir contrações para expulsar o corpo da criança da mãe, essencialmente induzindo o parto.
Ativistas pró-vida pedem que o novo governo restrinja drogas abortivas. Muitos ativistas dizem que o poder executivo poderia proibir a entrega de drogas abortivas pelo correio, ao aplicar a lei Comstock – plano que não foi adotado por Trump.