30 de set de 2024 às 16:08
O patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, pediu aos fiéis que participem de um dia de oração e jejum em 7 de outubro, um ano depois do grupo radical islâmico Hamas, financiado e armado pelo Irã, atacar Israel.
“O mês de outubro se aproxima”, escreveu Pizzaballa numa carta de 26 de setembro ao Patriarcado Latino de Jerusalém, “e com ele a percepção de que no ano passado a Terra Santa, e não só ela, mergulhou num vórtice de violência e ódio nunca visto ou experimentado antes”.
“A intensidade e o impacto das tragédias que testemunhamos nos últimos 12 meses dilaceraram profundamente nossa consciência e nosso senso de humanidade”, disse Pizzaballa. Para ele, o conflito “desferiu um golpe profundo” na consciência social e política da região.
Os terroristas do Hamas mataram cerca de 1,4 mil israelenses nos ataques de 7 de outubro do ano passado e sequestraram mais de 251 civis.
O Ministério da Saúde palestino, administrado pelo Hamas, estima que cerca de 40 mil palestinos na Faixa de Gaza e outros 623 na Cisjordânia foram mortos desde o início da contraofensiva israelense. O número inclui os membros do Hamas mortos nos confrontos.
Enquanto isso, a situação no Líbano continua a se deteriorar com o enfrentamento entre Israel e o grupo radical islâmico Hezbollah, também financiado e armado pelo Irã. Ataques com mísseis de ambos os lados se repetem desde 7 de outubro do ano passado.
Na semana passada, Israel fez sua mais séria ofensiva em território libanês lançando bombas que mataram pelo menos 558 pessoas, incluindo 50 crianças e 94 mulheres. Outras 1,8 mil pessoas ficaram feridas nos ataques. Os principais líderes do Hezbollah, incluindo o líder máximo Hassan Nasrallah, foram mortos no ataque de 23 de setembro.
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Forças israelenses interceptaram um míssil balístico do Hezbollah lançado contra Tel Aviv, Israel, dois dias depois.
Desde o início do conflito, Pizzaballa defende a paz e um cessar-fogo na região. Na carta, o patriarca latino disse que os fiéis devem continuar a pedir aos líderes que se comprometam novamente com a justiça, a liberdade, a dignidade e a paz.
“Nós também temos o dever de nos comprometer com a paz, primeiro ao preservar nossos corações de todos os sentimentos de ódio e, em vez disso, alimentar o desejo de bem para todos”, disse o cardeal.
“Comprometendo-nos, cada um em seus próprios contextos comunitários e nas formas que pudermos, devemos apoiar os necessitados, ajudar aqueles que estão pessoalmente encarregados de aliviar o sofrimento das pessoas afetadas por essa guerra e promover todas as ações de paz, reconciliação e encontro”.
Pizzaballa também lembrou ao público na carta que a Igreja celebra a festa de Nossa Senhora, Rainha do Rosário, em 7 de outubro.
“Que cada um de nós, com o rosário ou em qualquer forma que achar conveniente, pessoalmente, mas melhor ainda em comunidade, encontre um momento para fazer uma pausa e rezar, e levar ao ‘Pai misericordioso e Deus de toda consolação’ (cf 2 Cor 1,3) nosso desejo de paz e reconciliação”, concluiu o cardeal.