Durante a Reunião Plenária de Alto Nível da Assembleia Geral para comemorar e promover o Dia Internacional contra Testes Nucleares (IDANT), realizada nesta quarta-feira, 04/09, o observador permanente da Santa Sé, dom Gabriele Caccia, reiterou a posição do Vaticano sobre a urgente necessidade de cessar os testes nucleares, ecoando as palavras de um apelo recente do Papa Francisco: a eliminação total das armas nucleares é tanto um desafio quanto um imperativo moral e humanitário.
Thulio Fonseca – Vatican News
Desde o início da era nuclear, marcado pelo primeiro teste em 16 de julho de 1945, mais de 2000 testes foram conduzidos, causando impactos significativos na terra, nos oceanos, no subsolo e no ar. Deslocamento de pessoas, contaminação de alimentos e água, interrupção da conexão espiritual das pessoas com a nossa casa comum, a Terra, e problemas de saúde intergeracionais estão entre os imensos desastres causados por esses testes. Povos indígenas, mulheres, crianças e os não nascidos são desproporcionalmente afetados pelos efeitos adversos de tais testes. Foram os temas abordados pelo arcebispo Gabriele Caccia, observador permanente da Santa Sé na ONU, durante a Reunião Plenária de Alto Nível da Assembleia Geral para comemorar e promover o Dia Internacional contra Testes Nucleares (IDANT), realizada nesta quarta-feira, 04 de setembro.
As terríveis consequências dos testes nucleares
As terríveis consequências da guerra nuclear, incluindo os graves riscos de precipitação nuclear e acidentes catastróficos, tornaram-se ainda mais evidentes com o advento de armas nucleares mais destrutivas. À luz da crescente ameaça representada pelo uso de armas nucleares e do aumento concomitante das despesas militares, o 15º aniversário do Dia Internacional contra Testes Nucleares proporciona uma oportunidade para enfatizar a necessidade de um compromisso global reforçado para o fim dessa prática perigosa.
O arcebispo Caccia destacou as palavras do Papa Francisco, que afirmou que “o objetivo final da eliminação total das armas nucleares torna-se tanto um desafio quanto um imperativo moral e humanitário”. De fato, os Estados têm a obrigação moral de reconstruir as vidas daqueles afetados pelos testes nucleares, ao mesmo tempo em que protegem o meio ambiente para as gerações futuras. Somente por meio de um esforço colaborativo pode-se forjar um mundo livre de armas nucleares. Isso exige cooperação internacional e compromisso com os tratados de desarmamento, bem como a provisão de recursos e apoio às comunidades afetadas.
O papel dos tratados de desarmamento nuclear
Para alcançar esse objetivo ambicioso, é essencial que o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT) seja implementado e que o Sistema Internacional de Monitoramento e todos os mecanismos de verificação associados sejam totalmente implementados. Além disso, o fortalecimento da proibição de testes explosivos nucleares, conforme delineado no Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares (TPNW), é de suma importância.
Apelo final por um mundo pacífico
Concluindo seu discurso, dom Caccia citou novamente o Papa Francisco: “A dissuasão nuclear e a ameaça de destruição mútua assegurada não podem ser a base para uma ética de fraternidade e coexistência pacífica entre povos e estados. A juventude de hoje e de amanhã merece muito mais. Eles merecem uma ordem mundial pacífica baseada na unidade da família humana, fundamentada no respeito, cooperação, solidariedade e compaixão. Agora é o momento de contrariar a lógica do medo com a ética da responsabilidade, e assim promover um clima de confiança e diálogo sincero.”
Fonte (Vatican News)
Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.
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