19 de set de 2024 às 13:17
Em preparação ao Jubileu de 2025 “Peregrinos da Esperança”, os Círculos de Discípulos de Joseph Ratzinger se reuniram em Roma para participar de seu IV Simpósio e aprofundar o seu pensamento.
O encontro aconteceu de 12 a 15 de setembro e contou com a participação dos Círculos de Discípulos – que foram alunos de Ratzinger – e do Novo Círculo formado por teólogos e filósofos especializados em seu pensamento, grupo que tem presença majoritária alemã, mas também representantes da Espanha e do Chile.
Esses encontros acontecem com certa frequência e têm como objetivo manter vivo o pensamento do papa Bento XVI e dar continuidade ao seu legado. A ocasião, poucos meses antes do Jubileu, foi uma oportunidade para refletir sobre a santidade na vida cristã e na Igreja.
Além do simpósio com o tema “A santidade como finalidade da teologia e da vida”, que contou com a presença do prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos e protetor do Novo Círculo, cardeal Kurt Koch, e o prefeito do Dicastério para a Nova Evangelização, cardeal Rino Fisichella, o encontro teve momentos de oração e celebrações litúrgicas.
No simpósio, cujo lema foi retirado do trecho do Evangelho de João: “E por eles eu me santifico, para que também eles sejam santificados na verdade” (cf Jo 17,19), foi também uma oportunidade para os presentes refletirem sobre os temas discutidos, trocar experiências e pontos de vista sobre o futuro.
As apresentações foram feitas pelo cardeal Koch, que também é protetor do Novo Círculo, e permitiram aos participantes e a quem acompanhou o evento pela internet identificar os elementos da santidade cristã.
Em sua apresentação, o cardeal Fisichella falou sobre o tema da santidade, da santificação e da marca visível de Deus nos santos. O cardeal também falou sobre o tema do próximo Jubileu, ao dizer que “ninguém pode ser excluído da esperança; todos estão convidados a vivenciar isso”.
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Ao citar Bento XVI, o cardeal disse que “conhecer a Deus, o verdadeiro Deus, significa receber esperança” e que os cristãos têm, “graças à esperança em que fomos salvos, a certeza de que a história da humanidade, e a de cada um de nós, não se dirige para um beco sem saída ou para as trevas, mas para o encontro com o Senhor da glória”.
“A esperança cristã tem como conteúdo fundamental esta referência à redenção, que infelizmente parece cada vez mais ausente na teologia, e com isso na pregação e na catequese, quase desaparecendo”, lamentou o cardeal Koch.
O cardeal citou as palavras do papa Bento XVI, que “tinha plena consciência disto quando, no início da sua encíclica [Spe Salvi], escreveu: ‘A salvação, segundo a fé cristã, não é um simples dado de fato. A redenção é-nos oferecida no sentido que nos foi dada a esperança, uma esperança fidedigna, graças à qual podemos enfrentar o nosso tempo presente: o presente, ainda que custoso, pode ser vivido e aceito, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho’”.
Ao referir-se à busca da vida eterna no mundo de hoje, o cardeal Fisichella disse que muitas vezes a vida eterna “parece mais um obstáculo do que uma bênção” e que é tarefa da Igreja estabelecer a unidade entre o anúncio da esperança e os sinais que a representam, para manter viva a fé e responder às perguntas daquelas pessoas que se sentem sozinhas, abandonadas ou marginalizadas.
Um momento especial do encontro foi a celebração que aconteceu no altar do túmulo de São Pedro, próximo ao local onde estão os restos mortais de Bento XVI.
Um dos frutos desse novo encontro dos Círculos de Discípulos de Ratzinger foi a renovação da vocação à santidade e o apelo à esperança cristã.