Três dias de encontros e debates na Úmbria, colocando as questões de inclusão e deficiência no centro das agendas dos países. Esse é o objetivo da iniciativa, nascida sob a presidência italiana, e que prevê a assinatura da Carta de Solfagnano. Na quinta-feira, o documento será apresentado ao Papa Francisco.
Benedetta Capelli e Michele Raviart – Assis
Na cidade de Francisco, emblema da paz e da harmonia, olhamos para aqueles que não têm as mesmas oportunidades e para aqueles que frequentemente veem seus direitos violados. “Temos diante de nós uma oportunidade verdadeiramente histórica que devemos saber aproveitar e não desperdiçar”: foi assim que a ministra para as pessoas com deficiência, Alessandra Locatelli, em uma entrevista ao L’Osservatore Romano, explicou o significado do primeiro G7 sobre Inclusão e Deficiência, que começa neste dia 14 de outubro, em Assis, e depois se desloca – nos dias 15 e 16 de outubro – para o Castelo de Solfagnano, onde a Carta sobre Inclusão e Deficiência será redigida e apresentada na próxima quinta-feira ao Papa Francisco.
O Programa
O objetivo da iniciativa – explicou a ministra em uma coletiva de imprensa – é multiplicar os esforços de cada país para a acessibilidade universal, um princípio fundamental da Convenção da ONU, e garantir a cada pessoa a plena participação na vida civil, social e política. Às 10h30, na Praça Inferior da Basílica de Assis, houve a apresentação do selo postal dedicado ao primeiro G7 sobre Inclusão e Deficiência. Às 15h (hora loca) o início e a cerimônia de boas-vindas das delegações ministeriais, e espera-se que cerca de três mil pessoas participem do evento. Haverá também três bandas inclusivas com 80 músicos, 50 dos quais com deficiência, que tocarão os hinos nacionais dos países envolvidos. Estão planejados cerca de 100 estandes administrados pelo terceiro setor nas ruas de Assis, que apresentarão seus projetos, bem como food trucks de toda a Itália nos quais trabalham jovens com autismo e outras deficiências.
Para redigir a Carta
Em 15 de outubro, haverá um dia de discussão do qual participarão cerca de 160 delegados. Haverá seis painéis nos quais especialistas de todo o mundo discutirão vários tópicos: ‘Inclusão como prioridade na agenda de todos os países’; ‘Acessibilidade universal e prevenção e gerenciamento de emergências’; ‘Vida independente e inclusão no trabalho’; ‘O direito de todos à plena participação na vida civil, social e política’; ‘Inteligência artificial’ e, finalmente, ‘Esporte e serviços para todos’. Entre os palestrantes”, explicou Locatelli, ‘estarão Luca Pancalli, presidente do Comitê Paraolímpico; padre Paolo Benanti, presidente da Comissão de Inteligência Artificial para Informação do Departamento de Informação e Publicação da Presidência do Conselho de Ministros; e o professor Filippo Ghelma, diretor da Dama (Assistência Médica Avançada para Deficientes) junto ao Hospital São Paulo – Polo Universitário, Asst. Santos Paulo e Carlo em Milão’. Para a ocasião, mais de 20 associações que empregam jovens com deficiências trabalharão dentro do Castelo, garantindo vários serviços. No dia 16 de outubro, a reunião será a portas fechadas, com a participação dos ministros do G7 e da União Europeia, mas também dos países ell’outreach (Tunísia, Quênia, África do Sul, Vietnã) e será adotada a Declaração final, a Carta de Solfagnano, que será levada ao Papa na quinta-feira, 17 de outubro.
Uma oportunidade a ser aproveitada
“Este G7 é uma verdadeira plataforma para aquela mudança de mentalidade que o Papa Francisco tem frequentemente encorajado: a construção de uma sociedade onde cada pessoa, independentemente de suas habilidades, possa se sentir bem-vinda e valorizada”. Isso foi escrito nas páginas do jornal italiano ‘Avvenire’ pela irmã Veronica Donatello, chefe do Serviço Nacional para a Pastoral das Pessoas com Deficiência da Conferência Episcopal Italiana. “As decisões do G7 poderiam marcar um passo importante em direção a um futuro mais inclusivo, onde as pessoas com deficiência não sejam mais relegadas às margens, superando a lógica assistencialista, e possam finalmente entrar nos processos e ter um lugar nas decisões políticas e sociais”. Roberto Speziale, presidente nacional da Anffas, a Associação Nacional de Famílias de Pessoas com Deficiência Intelectual e/ou Relacional, segue a mesma linha. “O que esperamos é que não fiquem apenas nas palavras e que essa oportunidade seja aproveitada e traduzida em compromisso e ações concretas para garantir a todas as pessoas com deficiência condições de equidade e igualdade e participação ativa na vida da sociedade”.
Di Maolo, presidente do Serafico: atenção há muito esperada
“Este é o início de um processo pelo qual esperávamos há muito tempo”, explica Francesca Di Maolo, presidente do Instituto Serafico de Assis, excelência no campo da atividade de reabilitação e anfitriã do evento ‘Accogliamo’, no qual os jovens do instituto criarão uma obra de arte coletiva no sinal de uma aldeia inclusiva sem barreiras. “Em 2022, o Papa Francisco se reuniu com jovens economistas, agentes de mudança e empreendedores de todo o mundo em Assis como parte da Economia de Francisco, que tratou do tema da economia inclusiva”, enfatiza Di Maolo. ”Naquela ocasião, os jovens se perguntaram se um dia as grandes economias do mundo seriam capazes de colocar temas como vida e inclusão no centro de suas discussões. Esse dia chegou. Os grandes países do mundo perceberam a importância de colocar em suas agendas uma prioridade, a da participação na vida política e econômica de todos, especialmente das pessoas com deficiência”.
Fonte (Vatican News)
Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.
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