No ano passado, durante a primeira assembleia geral do Sínodo da Sinodalidade, foi distribuído um rascunho confidencial do relatório de síntese para jornalistas e outros participantes. Internamente e externamente, a assembleia enfrentou pressões para mudar as estruturas de governança da Igreja e suas doutrinas fundamentais.
A consultora sinodal Myriam Wijlens mencionou que o Papa Francisco solicitou uma reconfiguração da Igreja de forma sinodal, o que poderia implicar em mudanças na lei canônica. No entanto, mudanças mais substanciais, como permitir o diaconato feminino ou exceções ao celibato sacerdotal, parecem improváveis.
O rascunho do relatório, intitulado “Comunhão, Missão e Participação”, atualmente cobre cerca de 47 páginas e está dividido em cinco partes. Durante a assembleia, dois terços dos participantes precisam aprovar cada parágrafo para que seja mantido no documento final.
Além das discussões sobre descentralização saudável, o rascunho aborda como essa descentralização deve ser implementada, destacando a competência decisória dos bispos. O documento enfatiza a representatividade dos conselhos diocesanos e paroquiais, incluindo a participação das mulheres.
O texto é descrito como provisório e algumas pessoas expressaram decepção com a falta de mudanças significativas. A sessão de encerramento foi marcada para o dia seguinte, onde o documento final seria avaliado pelo Papa Francisco, que poderia adotá-lo na íntegra como uma exortação pós-sinodal, ou redigir sua própria exortação.
No geral, os resultados da assembleia indicaram uma chamada para uma mudança de mentalidade na Igreja, baseada na ideia de que a sinodalidade sempre esteve presente. A decisão final caberá ao Papa Francisco, que terá que considerar as expectativas e debates gerados durante o processo do Sínodo da Sinodalidade.