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8 de dez de 2024 às 14:55
O papa Francisco expressou sua especial proximidade e convidou todos os fiéis a se unirem em orações pela Igreja Católica e pelo povo da Nicarágua na solenidade da Imaculada Conceição, a quem dirige “um grito de fé e esperança”.
“Nesta solenidade da Imaculada Conceição de Maria, estou particularmente próximo dos nicaraguenses. Convido-vos a unir-vos na oração pela Igreja e pelo povo da Nicarágua, que celebra a Imaculada Conceição como Mãe e Padroeira, e a elevar-lhe um grito de fé e de esperança”.
“Que a Mãe Celeste seja o consolo deles nas dificuldades e incertezas e abra o coração de todos para que busquem sempre o caminho do diálogo respeitoso e construtivo para promover a paz, a fraternidade e a harmonia no país”, destacou o papa Francisco.
Com estas palavras, o papa se uniu e encorajou a iniciativa dos bispos da América Central que convocaram para hoje um dia de oração pelos católicos do país que sofrem repressão e perseguição por parte da ditadura de Daniel Ortega e de sua mulher e “copresidente”, Rosario Murillo.
No dia 2 de dezembro, o papa Francisco manifestou a sua preocupação com a Igreja Católica na Nicarágua, em uma carta na qual dizia que a fé e a esperança “fazem milagres”.
A perseguição à Igreja Católica na Nicarágua
Há alguns dias, o regime do presidente Daniel Ortega aprovou uma reforma constitucional que restringe ainda mais a liberdade religiosa e o direito de expressão, já muito limitados no país. Entre as medidas mais controversas está uma disposição determinando que “as organizações religiosas devem ser mantidas livres de qualquer controle estrangeiro”.
Em novembro, a ditadura de Ortega e Murillo expulsou o bispo de Jinotegas, dom Carlos Enrique Herrera Gutiérrez, e presidente da Conferência Episcopal do país que havia criticado um político pró-Ortega que interrompeu uma missa com música alta em frente a catedral local.
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Como ele, outros bispos, padres e bispos são constantemente vigiados, perseguidos, sequestrados e até presos em condições deploráveis.
Muitos membros do clero foram deportados do país, destituídos da sua nacionalidade nicaraguense e considerados apátridas, como é o caso do bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, que se encontra exilado em Roma desde janeiro de 2024, junto com o bispo de Siuna, dom Isidoro Mora,15 sacerdotes e dois seminaristas.
Entre 2018 e 2024, foram registados 870 ataques contra a Igreja Católica na Nicarágua, segundo o relatório “Nicarágua: Uma Igreja Perseguida?”, da advogada e investigadora exilada Martha Patricia Molina, que mostra a gravidade desta crise.
Ucrânia e os condenados à morte nos EUA
O Papa Francisco também encorajou os fiéis a rezarem pela paz “na martirizada Ucrânia, no Médio Oriente – Palestina, Israel, Líbano, Síria, Myanmar, Sudão e em todos os lugares onde há guerra e violência. Peço aos governantes e à comunidade internacional que seja possível chegar ao Natal com um cessar-fogo em todas as frentes de guerra”.
O papa também expressou sua preocupação com os condenados à morte nos Estados Unidos, sentença que ele declarou inadmissível em 2018, com uma mudança no Catecismo da Igreja Católica.
“Hoje me vem ao coração pedir a todos vocês que rezem pelos prisioneiros no corredor da morte nos Estados Unidos. Creio que são 13 ou 15. Rezemos para que as suas penas sejam alteradas, convertidas. Pensemos nestes nossos irmãos e irmãs e peçamos ao Senhor a graça de os salvar da morte”, disse o papa.