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10 de dez de 2024 às 11:05
Líderes cristãos no Estado de Assam, Índia, disseram sentir “profunda preocupação com os ataques implacáveis à comunidade cristã” no Estado governado pelo partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP, na sigla em inglês), o mesmo partido que governa o país.
O Fórum Cristão de Assam (ACF, na sigla em inglês) falou em “choque, dor e angústia pelos ataques implacáveis à comunidade cristã, suas instituições e indivíduos no ano passado”, disse o ACF depois de uma reunião em 28 de novembro liderada pelo arcebispo de Guwahati, dom John Moolachira, presidente do fórum.
“Precisamos de proteção contra o que está acontecendo e pedimos ao governo que garanta a segurança dos cristãos”, disse dom Moolachira à CNA, agência em inglês da EWTN News, em 3 de dezembro.
As várias preocupações da comunidade cristã em Assam, cerca de 4% dos 35 milhões de habitantes do Estado, foram citadas na declaração divulgada pelo ACF depois da reunião que envolveu 12 líderes cristãos.
O ACF lamentou que tenha havido vários ataques a instituições cristãs “exigindo a remoção de estátuas e imagens reverenciadas pela fé”.
“Esse flagrante desrespeito à liberdade religiosa e à tolerância é inaceitável”, disse o ACF.
“A polícia conduzindo investigações contra a igreja e indivíduos em [vários] distritos criou uma atmosfera de medo e intimidação”, disse a organização.
O fórum também falou sobre as “acusações falsas e maliciosas contra a igreja” feitas por um líder nacionalista hindu que disse “que [a igreja] estava por trás do tráfico e fornecimento de drogas”.
“É chocante que nenhuma ação tenha sido tomada contra ele por ferir os sentimentos da comunidade cristã”, escreveram os líderes cristãos que fazem parte do ACF.
O ACF disse também que, sob o Assam Magical Healing (Prevention and Evil) Act [Ato de Prevenção de Mal e Cura Mágica de Assam, em tradução livre] promulgado no início deste ano, “funcionários inocentes da igreja e fiéis foram assediados e autuados por orar pelos doentes e seu bem-estar ou mesmo ajudar os pobres e marginalizados para lidar com seus estudos”.
“Essa é uma clara violação de seus direitos constitucionais”, disse o fórum.
Allen Brooks, coordenador católico do ACF, falou sobre a prisão de um cristão na semana passada sob o duvidoso Magical Healing Act.
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“Felizmente, ele foi solto sob fiança pelo tribunal”, disse Brooks.
“Cartazes exigindo a proibição de símbolos cristãos continuam a ser colados nas paredes de escolas aqui e ali”, disse o coordenador.
“Se o governo tivesse agido contra quem lançou essa exigência, não teríamos enfrentado uma situação como essa”, disse Brooks, que foi presidente da comissão de minorias de Assam.
“Nossos problemas se multiplicaram ultimamente e a situação se tornou terrível e os cristãos estão vivendo com medo”, disse Brooks.
Brooks disse que o esforço de retratar os cristãos como traficantes de drogas “faz parte de uma campanha sistemática para aterrorizar e desacreditar o cristianismo”.
Em fevereiro, o Hindu Kutumba Surakshya Parishad (Conselho de Segurança Familiar) indicou que as instituições religiosas deveriam retirar muitas características religiosas que identificam escolas.
A “vestimenta dos padres-irmãs”, a “instalação de ídolos de Jesus Cristo e da Mãe Maria e o sinal da cruz” e a instalação de “igrejas dentro do campus de instituições educacionais” são “práticas religiosas exclusivas”, disse o conselho.
O conselho ordenou que as igrejas “removam todos os tipos de itens religiosos exclusivos do campus escolar para manter os valores seculares do país”.
O grupo também ameaçou “invadir os campi [cristãos] sem qualquer hesitação se as escolas missionárias não cumprissem sua exigência”.
O ACF pede ao governo para “salvaguardar os direitos constitucionais da comunidade minoritária cristã e protegê-la de ser alvo por causa de sua fé”.
“Exigimos ação imediata contra os responsáveis por esses ataques e falsas acusações”, disse o ACF.
A Igreja em Assam, com mais de 600 mil fiéis, administra mais de vinte hospitais e dispensários, quase 400 escolas e outras instituições educacionais no Estado.