Durante o encontro com os religiosos na Catedral de Nossa Senhora da Assunção, em Ajácio, Francisco ressaltou a importância “do diálogo com o Senhor”. Pediu a paz “para a Terra Santa onde Maria deu à luz Jesus. Paz para a Palestina, para Israel, para o Líbano, para a Síria, para todo o Oriente Médio”.
Mariangela Jaguraba – Vatican News
O Papa Francisco encontrou-se com os bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados, consagradas e seminaristas na Catedral de Nossa Senhora da Assunção, em Ajácio, no âmbito de sua 47ª viagem apostólica que o levou à Córsega, neste domingo (15/12).
Em seu discurso, antes da oração mariana do Angelus, o Pontífice agradeceu-lhes por estarem ali, por sua vida doada, pelo trabalho que realizam e pelo compromisso de cada dia. “Obrigado porque vocês são sinal do amor misericordioso de Deus e testemunhas do Evangelho”, sublinhou.
No centro não estou eu, mas Deus
A seguir, passou “imediatamente à graça de Deus, que é o fundamento da fé cristã e de toda a forma de consagração na Igreja”. “No contexto europeu em que nos encontramos, não faltam problemas e desafios relacionados com a transmissão da fé, e todos os dias vocês lidam com isso, descobrindo-os pequenos e frágeis: vocês não são muito numerosos nem dispõem de meios poderosos, e os ambientes em que trabalham nem sempre se revelam favoráveis ao acolhimento do anúncio do Evangelho. Mas esta pobreza é uma bênção! Despoja-nos da pretensão de fazer tudo sozinhos, ensina-nos a considerar a missão cristã como algo que não depende das forças humanas, mas sobretudo da ação do Senhor, que trabalha e age sempre com o pouco que lhe podemos oferecer”, disse ainda o Papa, acrescentando:
Não nos esqueçamos disto: no centro está o Senhor. No centro não estou eu, mas Deus. Isto é algo que talvez de manhã, ao nascer do sol, cada pastor, cada consagrado deveria repetir na oração: também no dia de hoje e no desempenho do meu serviço, no centro não estou eu, mas Deus.
Encontro diário com a oração
Francisco os convidou a se perguntarem: como estou vivendo o meu sacerdócio, a minha consagração, o meu discipulado? “Esta pergunta é importante”, sublinhou o Papa, convidando-os a não subestimarem “a necessidade deste discernimento, deste olhar para dentro”, para não serem “moídos pelos ritmos e atividades exteriores” e para não perderem “a consistência interior”.
A seguir, o Papa convidou os religiosos a cuidarem de si mesmos e cuidarem dos outros. Cuidar de si, “porque a vida sacerdotal ou religiosa não é um “sim” que pronunciamos de uma vez para sempre. Com o Senhor, não se vive dos rendimentos adquiridos! Pelo contrário, todos os dias é preciso renovar a alegria do encontro com Ele, em todos os momentos é preciso escutar de novo a sua voz e tomar a decisão de O seguir”.
Lembremo-nos disto: a nossa vida exprime-se na oferta de nós mesmos, mas quanto mais um sacerdote, uma religiosa, um religioso se entregam, se gastam e trabalham pelo Reino de Deus, tanto mais necessário se torna que cuidem também de si mesmos. Um sacerdote, uma religiosa, um diácono que se descuida de si acabará por se descuidar também dos que lhe estão confiados.
Francisco ressaltou a importância “do encontro diário com a oração, a Eucaristia, o diálogo com o Senhor, cada um segundo a sua espiritualidade e o seu estilo”, e de “guardar alguns momentos de solidão”. Outra coisa que faz parte deste cuidado “é a fraternidade entre vocês”, disse ainda o Papa.
Vias pastorais mais eficazes para a evangelização
A seguir, Francisco falou sobre o cuidar dos outros. “A missão que cada um de vocês recebeu tem sempre um único objetivo: levar Jesus aos outros, dar aos corações a consolação do Evangelho”, disse o Pontífice, acrescentando:
Por isso, no centro do seu ministério estão os seus irmãos e irmãs: o seu bem espiritual, a sua fome de esperança, a sua necessidade de escuta e de proximidade. Isto é também um convite a encontrar, no contexto atual, as vias pastorais mais eficazes para a evangelização.
Paz para o mundo
“Não tenham medo de mudar, de rever velhos modelos, de renovar as linguagens da fé, aprendendo ao mesmo tempo que a missão não é uma questão de estratégias humanas, é antes de tudo uma questão de fé, uma questão de paixão pelo Evangelho e pelo Reino de Deus”, sublinhou o Papa, convidando a todos a elevar a Nossa Senhora uma súplica pela paz:
Paz para todas as terras banhadas por este mar, especialmente para a Terra Santa onde Maria deu à luz Jesus. Paz para a Palestina, para Israel, para o Líbano, para a Síria, para todo o Oriente Médio! Que a Santa Mãe de Deus alcance a tão desejada paz para o povo ucraniano e para o povo russo. A guerra é sempre uma derrota. Paz para o mundo inteiro!
Fonte (Vatican News)
Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.
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