A Assembleia da República de Portugal deve debater hoje (10) projetos de lei que ampliam o prazo para o aborto de dez para 12 ou 14 semanas de gravidez, além de restringir a objeção de consciência. Para a presidente da Federação Portuguesa pela Vida (FPV), Isilda Pegado, esses projetos têm “razões puramente ideológicas” e os parlamentares estão “a legislar no escuro, sem conhecimento da realidade do país”.

O aborto é legalizado em Portugal até a décima semana de gestação, desde 2007. Hoje serão debatidos na Assembleia da República os projetos apresentados pelo Partido Socialista (PS), Partido Comunista Português (PCP), Bloco de Esquerda (BE), Livre e Pessoas–Animais–Natureza (PAN) que pretendem aumentar o prazo para 12 ou 14 semanas, além de retirar a obrigatoriedade dos três dias de reflexão e restringir a objeção de consciência.

Para Isilda Pegado, ao contrário do que defendem os que apoiam a ampliação do prazo para a realização de abortos, “quando se diz que estamos a tratar da liberdade das mulheres, é mentira”. “Aquilo que nós estamos a tratar é de uma forma de exclusão de alguns na sociedade”, disse ela a Rádio Renascença.