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29 de jan de 2025 às 09:56
Na Audiência Geral de hoje (29) o papa Francisco exortou a seguir o exemplo de são José que, ao descobrir a gravidez de Maria, confiou completamente em Deus e “não pediu mais provas”.
“José não pede mais provas, confia! José confia em Deus, aceita o sonho de Deus sobre a sua vida e a da sua noiva”, disse Francisco na catequese para centenas de peregrinos reunidos na Sala Paulo VI do Vaticano.
Ao assumir a paternidade adotiva de Jesus, continuou o papa, são José “entra na graça de quem sabe viver a promessa divina com fé, esperança e amor”. “Em tudo isto, José não pronuncia sequer uma palavra, mas crê, espera e ama”, disse.
“Não se expressa com ‘palavras ao vento’, mas com gestos concretos”, acrescentou. Francisco exortou os católicos a pedirem ao Senhor “a graça de escutar mais do que falamos, a graça de sonhar os sonhos de Deus e de acolher responsavelmente Cristo que, a partir do momento do nosso batismo, vive e cresce na nossa vida”.
O tema da catequese de hoje foi o mistério das origens de Jesus, narrado pelos Evangelhos da Infância. Segundo o papa, são Lucas mostra isso a partir da perspectiva da mãe, a Virgem Maria, enquanto são Mateus coloca a ênfase na perspectiva de são José, o homem que assume a paternidade legal de Jesus, “enxertando-o no tronco de Jessé e ligando-o à promessa feita a Davi”.
Ele disse que são José entra em cena no Evangelho segundo são Mateus como “o noivo de Maria”, um compromisso que para os judeus implicava “um verdadeiro vínculo jurídico”, que preparava a celebração do casamento, “quando a mulher passava da guarda do pai para a do marido”.
O papa disse que foi justamente nessa época que são José descobriu a gravidez de Maria, o que colocou seu amor à “dura prova”. Na verdade, a lei judaica propunha duas soluções possíveis que resultariam na “interrupção do noivado”: um ato jurídico público, como convocar a mulher ao tribunal, ou uma ação privada, como dar à mulher uma carta de repúdio.
São José age “com ponderação”, continuou o papa, porque não se deixa vencer por “sentimentos instintivos”, mas prefere ser guiado pela “sabedoria divina”.
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“Prefere separar-se de Maria sem clamor, privadamente”, disse.
Uma escolha – disse na sua catequese – que lhe permite “não se enganar, abrir-se e tornar-se dócil à voz do Senhor, que ressoa nele através do canal dos sonhos”.
O papa Francisco disse que são José sonha “com o milagre que Deus realiza na vida de Maria”, e também com o que realiza “na sua própria vida”; isto é, “assumir uma paternidade capaz de conservar, proteger e transmitir uma herança material e espiritual”.
Apelo pela paz na República Democrática do Congo
Por fim, em suas saudações aos fiéis de língua italiana, o papa lamentou a situação na República Democrática do Congo que sofre a ofensiva do grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) em Goma.
A escalada do conflito no leste do país africano causou deslocamentos em massa, com mais de 178 mil pessoas fugindo, de acordo com Vivian van de Perre, a número dois da missão de paz das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO).
“Exorto todas as partes no conflito a se comprometerem com a cessação das hostilidades e a proteção da população civil de Goma e outras áreas afetadas por operações militares”, disse o papa Francisco.