Prefeito do Dicastério da Doutrina da Fé fala a bispos brasileiros em curso no Rio de Janeiro

O cardeal Fernández celebrou a missa de terça-feira (28) e depois deu uma conferência sobre O impacto do kerygma na práxis pastoral. “O kerygma responde às perguntas últimas e mais profundas do coração humano”, disse Fernández.

“Hoje no Brasil quais são essas grandes necessidades cotidianas, a que as pessoas sentem que precisam responder? Onde elas vão buscar segurança, intensidade e plenitude?”, perguntou o cardeal.

“Há uma especial atração na mensagem cristã quando se sabe unir espiritualidade e sentido social”, disse Fernández. “Quando essas duas coisas se separam, a mensagem se desnatura, perde sua música, seu encanto específico. Uma doutrina, teológica ou moral, sem mística e sem sentido social, converte-se em uma doutrina ‘filosófica’, não no acontecimento cristão”.

Para o cardeal, é preciso voltar a uma conversão pastoral conforme propõe o papa Francisco na encíclica Evangelii gaudium .  “Cada cristão é chamado a colaborar no anúncio missionário fazendo um trabalho corpo a corpo”.

A fala de Dom Orani

“O Kerigma, coração pulsante da mensagem cristã, é o primeiro anúncio que nos transforma e dá sentido à vida” disse o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, no discurso de abertura. “Ele nos convida a voltar ao essencial da nossa missão: proclamar a Boa Nova de Jesus Cristo com vigor e fidelidade”, continuou ele.

Dom Orani citou vários desafios pastorais que os bispos enfrentam atualmente como a secularização, a fragmentação das famílias, o enfraquecimento dos vínculos comunitários, as novas formas de pobreza e exclusão, o crescimento do número de “desigrejados”, ou desinstitucionalizados e a indiferença religiosa.

“É justamente neste contexto”, disse dom Orani, “que o Kerigma se revela como a verdadeira fonte de Esperança, pois ele anuncia que a vida venceu a morte, que o amor venceu o ódio e que Deus nunca abandona a sua criação”.

Outros conferencistas são o pró-prefeito do Dicastério para Evangelização, dom Rino Fisichella; o arcebispo de Edmonton (Canadá), dom Richard W. Smith; o bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro e coordenador do curso, dom Antonio Luís Catelan Ferreira; o professor emérito da PUC-Rio, padre Mário de França Miranda, SJ; e o professor da PUC-Rio, padre André Luiz Rodrigues.