Este artigo é o do site Aci Digital
Para ler o artigo original clique aqui!
30 de jan de 2025 às 09:32
O prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais da Santa Sé, o cardeal Claudio Gugerotti, celebrou no último sábado (25) a Divina Liturgia na igreja do Santuário de São Paulo no bairro de Tabbaleh, em Damasco, capital da Síria. A ocasião marcou a conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e a festa da Conversão de são Paulo.
Estiveram presentes o patriarca Youssef Absi, da Igreja Greco-Católica Melquita; o núncio apostólico na Síria, cardeal Mario Zenari; e o vigário apostólico de Aleppo, o bispo Hanna Jallouf, chefe da Igreja Latina na Síria, e outros bispos, clérigos e uma grande congregação de fiéis.
O cardeal Gugerotti disse à ACI MENA, agência de notícias em árabe da EWTN News, que sua visita à Síria tem propósitos eclesiásticos, com o objetivo principal de avaliar as condições dos cristãos no país.
O cardeal disse que nenhuma reunião com autoridades governamentais está planejada na visita, pois seu foco continua sendo o envolvimento com comunidades cristãs e clérigos. Questões políticas estão fora do propósito do Dicastério para as Igrejas Orientais.
“Estou observando a situação e tentando ouvir as pessoas aqui”, disse dom Gegerotti. “Um dia não é suficiente para compreender completamente o sofrimento das pessoas, mas vejo a vida pulsando em Damasco. Um sinal disso são os mercados movimentados e as ruas lotadas, que até me fizeram chegar atrasado para a liturgia de hoje. Essa é uma indicação positiva de que há um desejo pela vida”.
Em sua homilia, o enviado da Santa Sé disse: “Estou honrado em estar aqui como representante do papa Francisco. Sua Santidade entende profundamente os fardos que vocês carregam em seus corações e me pediu para transmitir seu sincero desejo de que Deus encha seus corações com paz genuína e completa”.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Gugerotti falou de Damasco como “uma cidade linda e radiante que era como uma rainha no Império Romano”.
“Embora agora carregue as marcas da idade, ela continua sendo uma rainha. Nas mesmas estradas que vocês percorrem diariamente, um evento monumental ocorreu: Saulo, que perseguia os cristãos implacavelmente, caiu no chão aqui e se levantou novamente como Paulo, descobrindo a beleza e o mistério de Cristo, o Senhor”, disse o cardeal.
“Graças a São Paulo, nos reunimos aqui hoje”, disse o enviado da Santa Sé. “O que poderia ter permanecido uma pequena seita judaica abriu suas portas em Damasco para abraçar o mundo inteiro. Portanto, Paulo é corretamente chamado de apóstolo das nações. De sua história, aprendemos que a Igreja de Cristo não deve ser prejudicada. Qualquer um que tente fazer isso cairá e deve arcar com suas ações. ‘As portas do inferno não prevalecerão contra ela.’ Essa é a nossa fé e nossa confiança”.
“Estamos nas mãos de Deus, cheio de misericórdia. Até o mais feroz perseguidor pode cair e perder a visão. Quando seus olhos forem abertos novamente, ele perceberá que a violência, a rejeição e a opressão dos outros são uma rejeição do próprio Deus. Quando vocês voltarem para casa esta noite, digam às suas famílias que Deus triunfou e que a Igreja permanece inabalável. Ninguém pode lutar com Deus e sobreviver. Respirem fundo, expulsem todo o medo e confusão e, como o apóstolo Tomé, declarem ‘Meu Senhor e meu Deus’, pois essa será sua força diante da perseguição e uma bênção para todas as nações”.
Dom Gugerotti concluiu ao falar sobre a importância da fé e da oração, dizendo: “Somos uma grande assembleia que levanta as mãos para o céu, clamando com confiança: ‘Salva o teu povo, o povo da Síria, ó Deus’ ”.
Depois da liturgia, os participantes visitaram a histórica Gruta de São Paulo, adjacente à igreja, um local que alguns estudiosos acreditam ter sido onde Paulo teve visões enquanto se refugiava ali — e rezaram a oração oficial pela unidade cristã.
A visita de seis dias de Gugerotti, de 24 a 29 de janeiro, à Síria é a primeira de um enviado da Santa Sé desde a mudança de regime em dezembro do ano passado. O cardeal também se encontra com líderes e comunidades cristãs em Damasco, Aleppo e Homs.