Este artigo é o do site Aci Digital
Para ler o artigo original clique aqui!
3 de fev de 2025 às 14:33
A causa de beatificação do cardeal Bernardin Gantin, único africano a chefiar o Dicastério para os Bispos da Santa Sé, teve parecer favorável da Conferência Episcopal do Lácio, Itália.
O órgão, liderado pelo vigário geral do papa para a diocese de Roma, cardeal Baldassare Reina, reuniu-se há poucos dias para discutir essa e outras questões, segundo ACI Stampa, agência em italiano da EWTN News.
“É uma imensa alegria para nós ver que o processo de beatificação começa, e a notícia gerou muito entusiasmo aqui”, disse o padre Anicet Gnanvi, diretor de comunicações da Conferência Episcopal do Benin, ao jornal católico francês La Croix.
“O cardeal Gantin foi uma figura extraordinária que deixou sua marca tanto no Benin quanto no mundo, onde ainda é lembrado como um grande pastor, humilde, fiel e que encarnou virtudes como justiça, paz e fraternidade”, disse o padre Gnanvi.
Quem foi o cardeal Bernardin Gantin?
O cardeal Bernardin Gantin nasceu em 1922 em Toffo, Benin. Ele foi ordenado padre para a diocese de Ouidah em 1951; e a partir de 1953 estudou nas Pontifícias Universidades Urbaniana e Lateranense. Formou-se em Teologia e Direito Canônico na Pontifícia Universidade Lateranense.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Em 1960, foi nomeado arcebispo de Cotonou. Como presidente da Conferência Episcopal do Benin, participou nas três sessões do concílio Vaticano II e na primeira assembleia mundial do sínodo dos Bispos em 1967.
Em 1971, foi nomeado secretário adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos da Santa Sé. Em 1976, tornou-se presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz. Ele foi criado cardeal pelo papa são Paulo VI em 1977.
Em 1984, o papa são João Paulo II nomeou-o prefeito da Congregação – agora Dicastério – para os Bispos da Santa Sé, o único africano até hoje a ocupar esse cargo. Em 1988, ele assinou o decreto de excomunhão do arcebispo francês Marcel Lefebvre e dos quatro bispos que ele ordenou sem a autorização do papa.
No mesmo ano, o cardeal Gantin foi nomeado presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina da Santa Sé. Em 1993, foi eleito decano do Colégio dos Cardeais.
Em 2002, aos 80 anos, quando deixou de ser cardeal eleitor, renunciou ao cargo de decano e voltou para sua terra natal. Ele morreu em Paris em 2008 e foi sepultado em Ouidah, Benin.
Em 23 de maio de 2008, o papa Bento XVI celebrou a missa fúnebre do cardeal Gantin na basílica de São Pedro. “Foi o primeiro eclesiástico africano que ocupou cargos de altíssima responsabilidade na Cúria Romana, e desempenhou-os sempre com aquele típico estilo humilde e simples”, disse Bento XVI à época.
O cardeal Gantin, disse Bento XVI em sua homilia, “foi imbuído de amor de Cristo; amor que o tornava amável e disponível à escuta e ao diálogo com todos; amor que o estimulava a olhar sempre, como costumava repetir, para o essencial da vida”.