Pinturas de um artista chinês de presos que vivem em uma das prisões mais conhecidas de Roma serão projetadas no exterior do prédio da prisão e exibidas num novo espaço de exposições perto do Vaticano como parte do Jubileu 2025.
Yan Pei-Ming, de 64 anos, é um artista contemporâneo que vive na França desde 1981. Ele é conhecido por seus retratos de “tamanho épico” de figuras como o ex-presidente da China, Mao Tsé-Tung, o papa são João Paulo II, o ator Bruce Lee, e o ex-presidente dos EUA Barack Obama.
A mais recente série de retratos de Pei-Ming, de 27 prisioneiros vivendo na prisão Regina Coeli, será exibida na lateral do prédio da prisão. As obras, criadas a pedido do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé, serão a exposição inaugural de um novo espaço de arte na Via della Conciliazione, a principal rua que leva à basílica de São Pedro.
Um dos retratos de 27 prisioneiros que vivem na Prisão Regina Coeli, que será exibido na fachada da prisão no sábado (15). Cortesia do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé
A Santa Sé vai destacar o trabalho de artistas contemporâneos no Ano Jubilar 2025 e além com o novo espaço de exposição, chamado Conciliazione 5, que será inaugurado no sábado (15), no Jubileu dos Artistas e do Mundo da Cultura.
A Santa Sé planejou vários eventos para o Jubileu dos Artistas, de 15 a 18 de fevereiro, como a inauguração do espaço de arte contemporânea, a missa dominical com o papa Francisco e a primeira visita de um papa aos estúdios de cinema de Cinecittà.
A Santa Sé espera que cerca de 10 mil pessoas de todos os setores artísticos e culturais — vindas de cerca de 100 países e cinco continentes — participem dos eventos ao longo dos quatro dias.
Cristiana Perrella, curadora da exposição de Yan Pei-Ming na Conciliazione 5, disse ontem (12) a jornalistas que Pei-Ming criou os 27 retratos de presos em 20 dias no fim do ano passado num estúdio em Xangai. Devido a restrições de tempo, o pintor trabalhou a partir de fotos e também pediu informações sobre a vida dos prisioneiros.
Os retratos, disse Perrella, nos ajudam a lembrar que os presos “não são o crime que cometeram, que os significados das pessoas não estão nisso — elas estão pagando por um crime que cometeram — mas... as pessoas que vivem na prisão estão vivas, elas têm pensamentos e sonhos. E o trabalho de Pei-Ming nos ajuda a lembrar de tudo isso, a olhar para a comunidade prisional com uma perspectiva diferente. E essa é precisamente a força da arte, a força desse projeto”.
“O tema da esperança, fortemente sentido pelo papa Francisco, cruza a humanidade em lugares de dificuldade”, disse ontem (12) Lina Di Domenico, chefe do departamento de administração prisional do Ministério da Justiça da Itália.
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“Os rostos retratados pelo artista Yan Pei-Ming, projetados na fachada de Regina Coeli, permitirão que todos 'vejam' um corte transversal da humanidade que vive além daqueles muros, para se aproximar de um mundo tão desconhecido e obscuro para a maioria quanto o da execução penal”, disse ela.
O prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé, cardeal José Tolentino de Mendonça, disse ontem (12) em entrevista coletiva que o propósito das iniciativas do Ano Jubilar é cultivar um diálogo sobre esperança.
“Questionar como a arte contemporânea pode transmitir esperança alcançando lugares humanos sensíveis. Buscar juntos expressões espirituais e artísticas que possam servir como gramáticas e poesias de esperança para o tempo contemporâneo”, disse o cardeal português.
A preocupação com os prisioneiros está fortemente conectada ao Jubileu 2025 e seu tema de esperança. Pela primeira vez, o papa Francisco designou uma porta santa do jubileu dentro de uma prisão, abrindo a porta em 26 de dezembro do ano passado, no Complexo Prisional de Rebibbia, em Roma.
A prisão Regina Coeli, uma das prisões mais conhecidas de Roma, fica a pouco mais de 800 metros do Vaticano.
Originalmente o local de um convento do século XVII, de onde vem seu nome, a prisão Regina Coeli foi construída em 1881 pelo governo da Itália depois da unificação do país. Uma prisão feminina chamada Mantellate foi construída mais tarde nas proximidades, também no local de um antigo convento.
Em 2018, o papa Francisco celebrou a missa da Quinta-feira Santa na prisão, lavando os pés de 12 presos. A prisão também foi visitada pelo papa são João XXIII em 1958, pelo papa são Paulo VI em 1964 e pelo papa são João Paulo II em 2000.
Outra pessoa notável que visitou a prisão foi madre Teresa, agora santa Teresa de Calcutá, que compareceu à missa com alguns dos presos em maio de 1994.
O segundo artista a ser apresentado no espaço da galeria Conciliazione 5, disse Perrella, será um albanês que imigrou para a Itália na década de 1990. A exposição do artista será sobre o tema “jornada” no contexto da migração, disse a curadora de arte.
Hannah Brockhaus é jornalista correspondente da CNA em Roma (Itália). Ela cresceu em Omaha, no estado americano de Nebraska e é formada em Inglês pela Truman State University no Missouri (EUA).
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