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17 de fev de 2025 às 13:11
O bispo de Petrópolis (RJ), dom Joel Portella Amado, recebeu na sexta-feira (14) o documento Supplex Libellus, pedindo a abertura do processo diocesano de beatificação e canonização do padre João Francisco de Siqueira Andrade, fundador da Escola Doméstica do Amparo e da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo. O documento foi entregue pela vice-postuladora da causa, irmã Maria Aparecida Santana de Souza.
Entre os documentos apresentados pela vice-postuladora está a transferência do direito de abertura do processo de beatificação e canonização do padre, porque originalmente, a causa deveria tramitar na diocese de São José dos Campos (SP), onde ele morreu. Mas, foi transferida para Petrópolis por ser o local onde o sacerdote viveu, fundou a Escola Doméstica do Amparo e criou a Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo.
Dom Joel vai celebrar uma missa na capela Nossa Senhora do Amparo, na Escola Doméstica do Amparo, em Petrópolis, no dia 10 de abril, às 18h.
Padre João Francisco de Siqueira Andrade
O padre João Francisco de Siqueira Andrade nasceu em Jacareí (SP), em 16 de julho de 1837. Era o quinto dos oito filhos de Miguel Nunes de Siqueira e Claudina Maria de Andrade.
Estudou no Seminário Diocesano de São Paulo e depois foi para a Província de São Pedro, no Rio Grande do Sul, onde foi ordenado padre em 8 de dezembro de 1864.
Desde o tempo de seminarista, já expressava seu desejo de dedicar-se à educação: “Como estudante, a minha grande preocupação era a educação da juventude brasileira. Decidi que depois de ordenado, fundaria uma Casa para educar meninos pobres”, dizia.
O padre Siqueira serviu como voluntário na Guerra do Paraguai (1864-1870). Ele foi capelão militar do 7º Batalhão de Voluntários da Pátria. Ficou doente e teve que retornar. Buscando alívio para a tuberculose, mudou-se para Petrópolis.
De volta ao Brasil, deparou-se com situações de pobreza e de crianças órfãos de brasileiros mortos na guerra, principalmente as meninas. “A minha convicção de que era chegado o tempo e de que a obra era de Deus, que nunca deixou de velar sobre este país, era tão forte, que minha divisa única foi e é: ‘Ou a morte ou o triunfo de uma empresa que considero divina’”, dizia (Pe. Siqueira, Apelo ao País, 1877).
O sacerdote, então, escreveu seu projeto de educação e o apresentou ao imperador Dom Pedro II em 15 de julho de 1868, obtendo a autorização para sua empreitada.
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O padre Siqueira, mesmo doente, percorreu várias localidades nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, em busca de doações para a construção de sua escola.
A Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo, voltada para a educação de meninas, foi inaugurada em 22 de janeiro de 1871, em Petrópolis, como um projeto piloto de educação para todo o país, no Brasil Império.
Em 1877, padre Siqueira levou do Rio de Janeiro para Petrópolis a sua sobrinha Francisca Narcisa (que mais tarde se tornaria irmã Francisca Pia) para ajudá-lo no Amparo. Ela tinha 20 anos e havia se formado professora no Colégio da Providência. Francisca se dedicava às crianças, que passaram a chamá-la “mamãezinha”.
O padre Siqueira morreu em 10 de abril de 1881, aos 43 anos, por causa da tuberculosa que contraiu na época da guerra. Em seu testamento, pediu: “Que o pessoal docente, uma vez organizado, tome o título de Congregação de Nossa Senhora do Amparo, observando a Regra da Terceira Ordem de São Francisco da Penitência”.
Segundo o site da congregação, esta obra surgiu como “Filhas de Maria” em 23 de março de 1888 e as congregadas se tornaram franciscanas em 9 de março de 1889. Em 17 de janeiro de 1906, a congregação se tornou diocesana. O papa João Paulo II concedeu a aprovação Pontifícia à congregação em 24 de março de 1979.
Escolas semelhantes ao Amparo de Petrópolis foram fundadas em diferentes regiões do Brasil. As irmãs de Nossa Senhora do Amparo também se espalharam pelo país e está presente também na África, com a Fraternidade Nossa Senhora do Amparo, em Luanda, Angola.
Oração para a devoção particular
Ó Deus, que concedestes inumeráveis graças ao vosso servo Padre Siqueira, escolhendo-o como fiel instrumento para fundar a Obra do Amparo, caminho de santificação no trabalho profissional e no cumprimento dos deveres cotidianos do cristão, fazei que eu saiba também converter todos os momentos e circunstâncias da minha vida em ocasião de servir às crianças e demais membros do povo de Deus. Que a exemplo do Padre Siqueira, seguidor de Jesus Cristo, eu possa iluminar os caminhos da terra com a fé e o amor. Dignai-vos glorificar o vosso servo Padre Siqueira e concedei-me por sua intercessão, o favor que vos peço…Assim seja.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória.
Esta oração não tem finalidade de culto público
+ José Fernandes Veloso – Bispo de Petrópolis – 08 de abril de 1985