Este artigo é o do site Aci Digital
Para ler o artigo original clique aqui!
24 de fev de 2025 às 15:51
Moradores de uma vila na província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo, país da África central, pedem orações depois que cerca de 70 corpos foram encontrados dentro de uma igreja na vila.
Fontes locais contatadas pela fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN Internacional) disseram que os assassinatos ocorreram entre 12 e 15 de fevereiro em Maiba, vila na região leste da República Democrática do Congo.
Em relatório publicado pela ACN na última sexta-feira (21), as fontes disseram que em 12 de fevereiro, rebeldes de um grupo terrorista islâmico, originário de Uganda, entraram na vila e fizeram cerca de 100 pessoas como reféns.
As fontes disseram que em 15 de fevereiro, cerca de 70 corpos foram encontrados dentro de uma igreja protestante.
“Muitos deles foram amarrados e alguns decapitados. Entre as vítimas estavam mulheres, crianças e idosos”, disse a fonte, que a ACN não identificou por medo de represálias dos muitos grupos armados que operam na região.
“É provável que essas vítimas não tenham conseguido resistir ou suportar a marcha forçada, porque quando os rebeldes fazem reféns, eles os fazem viajar com eles, seja como reforços para seu grupo ou como trabalho forçado para o esforço de guerra”, disse a fonte à ACN.
Segundo a fonte, os sequestradores forçam as pessoas a carregar o saque depois de invadirem as aldeias.
“Se você se cansar no caminho, acabou. Acredito que foi isso que aconteceu com essas 70 pessoas”, disse a fonte à ACN.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Segundo as mesmas fontes, o massacre de Maiba foi feito pelo grupo terrorista islâmico Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês), que opera em Uganda e na República Democrática do Congo e tem aterrorizado a população local há cerca de dez anos.
“Os grupos islâmicos aumentaram seus ataques e incursões em vilas remotas, matando milhares de civis congoleses. Antes, eles costumavam estar em outras áreas, mas agora é Lubero que está sendo atacada”, disse a fonte local à ACN.
A fonte divulgou que o medo tomou conta da vila porque os moradores acreditam que os terroristas têm colaboradores locais que facilitam suas operações.
O massacre de Maiba ocorre num momento muito delicado para a região, devido ao agravamento da situação humanitária nas províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul, que têm sido alvo de forte terror por parte de outro grupo armado, os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23).
Apoiado por Ruanda, país vizinho, e pelas forças armadas congolesas, o M23 tomou cidades e postos avançados importantes na região, incluindo Goma e Bukavu, em meio a intensos combates.
Fontes locais da ACN dizem ter medo de que, nos próximos dias, o M23 tome Butembo, a segunda maior cidade de Kivu do Norte, assim como fez com Goma e Bukavu.
“Estamos vivendo tempos muito, muito difíceis. Estamos esperando que os rebeldes entrem na cidade a qualquer momento, pois eles estão só a 70 quilômetros daqui. Há muito sofrimento psicológico em Butembo, porque a guerra está literalmente à nossa porta. Vimos como outras regiões foram invadidas pelo caos, e agora parece que é a nossa vez”, disse a fonte.
A fonte concluiu com um chamado para orações, pedindo: “Vamos rezar. A oração é o que mantém nossa esperança viva em meio a essa situação que estamos vivendo”.