Na homilia da missa com o tradicional rito de imposição das cinzas, presidida pelo cardeal De Donatis, na Basílica de Santa Sabina, o Papa Francisco recorda que “feitos de cinzas e de terra, tocamos a fragilidade ao experimentarmos a doença, a pobreza, o sofrimento que, por vezes, se abate inesperadamente sobre nós e sobre as nossas famílias”. “Colocadas sobre a nossa cabeça reavivam em nós a memória do que somos e também a esperança do que seremos”, escreve o Pontífice.
Mariangela Jaguraba – Vatican News
O penitencieiro-mor, cardeal Angelo De Donatis, delegado do Papa Francisco, presidiu a missa com o tradicional rito de imposição das cinzas, na Basílica de Santa Sabina, em Roma, na tarde desta quarta-feira (05/03).
A homilia do Papa Francisco foi lida pelo purpurado italiano. O Santo Padre recorda, no texto, que as cinzas sagradas, “colocadas sobre a nossa cabeça reavivam em nós a memória do que somos e também a esperança do que seremos”. Elas nos lembram que “somos pó, mas situam-nos no caminho da esperança a que estamos chamados, porque Jesus desceu ao pó da terra e, através da sua Ressurreição, leva-nos com Ele para o coração do Pai”.
“É assim que se abre o caminho da Quaresma até à Páscoa, entre a memória da nossa fragilidade e a esperança de que, no fim do caminho, o Ressuscitado estará à nossa espera”, escreve o Pontífice.
Expostos às “poeiras finas” que poluem o mundo
Segundo o Papa, “é preciso conservar a memória. Recebemos as cinzas inclinando a cabeça, como que para nos olharmos a nós mesmos, para nos olharmos por dentro. As cinzas ajudam-nos a fazer memória da fragilidade e da insignificância da nossa vida: somos pó, fomos criados do pó e voltaremos ao pó”.
Quaresma, convite a reavivar em nós a esperança
“Esta condição de fragilidade lembra o drama da morte, que nas nossas sociedades da aparência tentamos exorcizar de muitas maneiras e até apartar da nossa linguagem, mas que se impõe como uma realidade que temos de levar em consideração, como um sinal da precariedade e da transitoriedade de nossas vidas”, recorda o Papa. “Assim, apesar das máscaras que usamos e dos artifícios criados muitas vezes habilmente para nos distrair, as cinzas recordam-nos quem somos e isto nos faz-nos”, escreve Francisco.
O Papa recorda no texto que a Quaresma é “um convite a reavivar em nós a esperança. Se recebemos as cinzas com a cabeça inclinada para reavivar a memória do que somos, o tempo quaresmal não quer deixar-nos de cabeça baixa, antes pelo contrário, exorta-nos a levantar a cabeça para Aquele que se ergue das profundezas da morte, levando-nos também das cinzas do pecado e da morte para a glória da vida eterna”.
Esmola, oração e jejum
“Irmãos e irmãs, com as cinzas sobre a cabeça, caminhamos em direção à esperança da Páscoa”, escreve o Papa. “Convertamo-nos a Deus, voltemos a Ele com todo o coração, coloquemo-Lo de novo no centro da nossa vida, para que a memória do que somos – frágeis e mortais como cinza lançada ao vento – seja finalmente iluminada pela esperança do Ressuscitado.”
Fonte (Vatican News)
Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.
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