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9 de mar de 2025 às 14:00
O papa Francisco agradeceu aos voluntários que seguem o exemplo de Jesus, servindo ao próximo “sem servir a si mesmos” e elogiou sua “entrega” gratuita que “dá esperança” a toda a sociedade.
“Nas ruas e nas casas, ao lado dos doentes, dos que sofrem, dos encarcerados, com os jovens e os idosos, a vossa dedicação infunde esperança em toda a sociedade”, disse o papa na homilia que preparou para o Jubileu do Mundo do Voluntariado, um dos grandes eventos do Ano Santo de 2025.
Francisco escreveu o texto no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, onde está internado com pneumonia bilateral desde 14 de fevereiro. Como não pôde celebrar a missa, ele delegou essa tarefa ao cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, que a celebrou por ele na Praça de São Pedro.
“Nos desertos da pobreza e da solidão, tantos pequenos gestos de serviço gratuito fazem florescer rebentos de uma nova humanidade: aquele jardim que Deus sonhou e continua a sonhar para todos nós”, disse ele.
Em sua homilia, lida pelo cardeal canadense para centenas de voluntários de todo o mundo reunidos em Roma para este evento jubilar, o papa Francisco refletiu sobre a passagem do Evangelho de Lucas que narra as tentações de Jesus no deserto.
Durante aqueles quarenta dias, disse o papa, “ocorre uma mudança decisiva”, porque o lugar do silêncio “torna-se um ambiente de escuta. Uma escuta que é posta à prova, porque é necessário escolher entre duas vozes completamente opostas”.
Assim, ele enfatizou que o caminho de Jesus começa com um ato de obediência: “é o Espírito Santo, a própria força de Deus, que o conduz aonde nada de bom cresce da terra nem cai do céu. No deserto, o homem experimenta a própria miséria material e espiritual, a necessidade de pão e de palavra”.
O papa, que segundo os médicos apresentou ligeira melhora nas últimas horas, disse que Jesus “foi tentado durante quarenta dias” pelo diabo, algo que também acontece hoje.
De fato, “o Filho de Deus feito homem não se limita a oferecer-nos um modelo na luta contra o mal. É muito mais do que isso: dá-nos a força para resistir às suas investidas e perseverar no caminho”.
Falando da tentação, o papa Francisco disse que o Senhor não vai ao deserto “por fanfarronice, para mostrar como é forte”, mas por sua disponibilidade filial ao Espírito do Pai, a cuja orientação ele se confia prontamente. “Nós, pelo contrário, sofremos a tentação”, acrescentou.
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“O mal precede a nossa liberdade, corrompe-a a partir de dentro como uma sombra interior e uma ameaça constante”, disse ele, acrescentando que o Senhor “está perto e cuida de nós, especialmente no local da provação e da dúvida, ou seja, quando o tentador levanta a sua voz. Ele é o pai da mentira, corrupto e corruptor, porque conhece a palavra de Deus, mas não a compreende. Aliás, distorce-a”.
O diabo separa
“O diabo é aquele que separa, o divisor; enquanto Jesus é aquele que une Deus e o homem, o mediador.”, acrescentou o cardeal Czerny, lendo a homilia preparada pelo papa Francisco.
“Na sua perversão, o demônio quer destruir esta união, fazendo de Jesus um privilegiado”, continuou. “Perante estas tentações, Jesus, o Filho de Deus, decide como ser filho. No Espírito que o guia, a sua escolha revela como quer viver a sua relação filial com o Pai. Eis o que o Senhor decide: esta relação única e exclusiva com Deus, de quem é Filho Unigénito, torna-se uma relação que envolve todos, sem excluir ninguém”.
“A relação com o Pai é o dom que Jesus comunica ao mundo para a nossa salvação, e não uma usurpação (cf. Fl 2, 6) da qual se pode valer para obter sucesso e atrair seguidores”, reiterou.
“Com efeito, o diabo sussurra-nos ao ouvido que Deus não é verdadeiramente o nosso Pai, e que, na realidade, nos abandonou”, disse ele.
O mundo, continuou, está “nas mãos de forças malignas, que esmagam os povos com a arrogância dos seus planos e a violência da guerra”.
“Enquanto o diabo nos quer fazer crer que o Senhor está longe de nós, levando-nos ao desespero, Deus aproxima-se ainda mais, dando a sua vida pela redenção do mundo”, disse.
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Assim, recordou que no deserto “o tentador é derrotado”, embora a vitória de Cristo “ainda não seja definitiva; sê-lo-á na sua Páscoa de morte e ressurreição”.
Somos todos pecadores
“Perante a tentação, por vezes caímos: somos todos pecadores. Todavia, a derrota não é definitiva, pois Deus levanta-nos de cada queda com o seu perdão, que é infinitamente grande em amor”, disse Czerny, lendo a homilia preparada pelo papa Francisco.
” A nossa provação não termina, pois, com um fracasso, porque em Cristo somos redimidos do mal. Atravessando com Ele o deserto, percorremos um caminho onde não havia nenhuma indicação: o próprio Jesus abre-nos este novo caminho de libertação e redenção. Seguindo o Senhor com fé, de errantes passamos a peregrinos”, concluiu.