Arcebispo de Washington assume falando de esperança e misericórdia

“Com corações jubilosos, dizemos: bem-vindo”, disse o cardeal Gregory antes da missa.

O cardeal McElroy falou da esperança cristã, tema do Jubileu Ordinário do Ano Santo de 2025. O arcebispo também falou sobre a importância da misericórdia, da compaixão e do respeito pela dignidade humana, temas muito caros ao papa Francisco.

O cardeal pediu aos católicos que sejam “peregrinos da esperança num mundo ferido” e falou sobre a esperança demonstrada por santa Maria Madalena na leitura do Evangelho de ontem (cf. Jo 20: 11-18).

Esse trecho do Evangelho fala sobre a chegada de santa Maria Madalena ao túmulo vazio de Cristo.

“Ela percebeu que cada pressuposição que tinha sobre sua vida, sua missão, seu propósito no mundo, precisava ser mudada”, disse dom McElroy.

O arcebispo pediu aos fiéis que “abraçassem o mesmo Senhor ressuscitado que Maria Madalena encontrou no jardim”. O cardeal citou a ênfase do papa Francisco na misericórdia e na compaixão, dizendo que o papa entende que “todos nós estamos feridos, todos nós estamos sofrendo, todos nós somos pecadores que precisam de misericórdia e perdão”.

“Misericórdia e compaixão devem ser nosso primeiro impulso quando somos confrontados com o pecado e a falha humana”, disse o cardeal. “Pois a esperança surge quando nos confrontamos como realmente somos, entendendo que o amor abundante e misericordioso de Deus não tem limites, e assumimos o chamado para viver as doutrinas da Igreja e ser sacramentos de misericórdia para os outros. Somos uma Igreja que acredita que o amor e a verdade se encontram. Essa é precisamente a nossa glória como filhos de Deus”.

O cardeal enfatizou a dignidade humana de cada pessoa, como os nascituros, os migrantes e os pobres.

“A busca por encontro e unidade genuínos está no cerne da visão de Deus para o nosso mundo, junto com o cuidado especial para os que são mais vulneráveis ​​entre nós”, disse McElroy. “Que esperança poderíamos trazer ao nosso mundo como Igreja de Washington se pudéssemos realmente ajudar nossa sociedade a ver os outros mais como Deus os vê: filhos amados, irmãos e irmãs”.

A missa foi multilíngue, com algumas orações e leituras em inglês e espanhol. As intercessões tiveram vários idiomas adicionais, como crioulo haitiano, tagalo, igbo e chinês. As intercessões incluíram orações pelo papa Francisco, líderes civis e políticos, nascituros, migrantes, refugiados, e pelo aumento de vocações.

No fim da missa, o arcebispo liderou a congregação numa dezena do terço pela recuperação do papa Francisco, que está internado no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma.

Dom McElroy está assumindo o comando da arquidiocese de Washington, D.C., menos de dois meses depois da posse do presidente dos EUA, Donald Trump, para seu segundo mandato não consecutivo. Dias depois de ser nomeado, em janeiro, o cardeal desejou sucesso a Trump na Casa Branca, mas também criticou os planos de Trump de deportações em massa de imigrantes que entraram ilegalmente no país.

“Somos chamados sempre a ter um senso de dignidade de cada pessoa humana”, disse o arcebispo em 6 de janeiro. “E, portanto, os planos que foram discutidos em alguns níveis de uma deportação massiva indiscriminada mais ampla em todo o país seriam incompatíveis com a doutrina católica.

Dom McElroy evitou discutir política em sua homilia, mas falou sobre a divisão no país.

“Deus é o Pai de todos nós, e Deus nos vê como iguais em dignidade e valor moral. Quão profundamente isso contrasta com o mundo que criamos. Divisões de raça, gênero, ideologia e nacionalidade florescem no mundo da política, da religião, da vida familiar e da educação”, disse o cardeal.

O papa Francisco anunciou no início de janeiro que dom McElroy, de 71 anos, deixaria seu posto de arcebispo de San Diego, no Estado da Califórnia, EUA, para assumir seu novo papel na Igreja. Dom McElroy, que tem doutorado em teologia sagrada e doutorado em ciência política, foi criado cardeal por Francisco em 2022.