Este artigo é o do site Aci Digital
Para ler o artigo original clique aqui!
14 de mar de 2025 às 14:46
A abertura oficial da causa de beatificação e canonização da serva de Deus irmã Maria José Bezerra de Melo (1874-1970), freira do Instituto das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Bom Conselho, será hoje (14) na cidade de Ceará-Mirim (RN). O inquérito será feito através da arquidiocese de Natal e da congregação religiosa.
A fase arquidiocesana da causa começa com a instalação do Tribunal que será às 18h30 no auditório do colégio, seguida da missa celebrada pelo arcebispo de Natal, dom João Santos Cardoso, no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, igreja matriz da cidade.
“A obediência, a disponibilidade aos apelos do Senhor, uma vida de oração, uma vida de silêncio e doação foi o que fez a irmã Maria José estar tendo o processo de beatificação e canonização sendo aberto hoje”, disse à ACI Digital a irmã Lucineide de Brito Freitas, superiora-geral do Instituto das Irmãs Franciscanas Nossa Senhora do Bom Conselho.
“Como irmãs franciscanas, irmãs da irmã Maria José, vivenciando a mesma espiritualidade franciscana, a mesma vida fraterna, a mesma vida de oração, faltam palavras para descrever a alegria e importância desse momento”, disse ela. “Nós queremos também, a exemplo dela, ser esse luzeiro na vida de cada pessoa que conosco convive”.
A irmã Maria José Bezerra de Melo nasceu em 5 de outubro de 1974 no município de Palmeira dos Índios (AL). Aos 21 anos ela foi para o município de Bom Conselho (PE), onde entrou no colégio de Nossa Senhora do Bom Conselho, gerido pelas irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Bom Conselho, congregação em que anos mais tarde fez seus votos perpétuos, aos 34 anos.
Ela colaborou para a construção da história da congregação como cofundadora de cinco casas e colégios. Segundo a superiora-geral, “a irmã Maria José foi uma pessoa obediente à vontade de Deus através de seus superiores. Ela colaborou bastante na construção da história da congregação”.
A irmã ajudou na fundação do Colégio Santa Águeda na cidade de Ceará-Mirim em 1937 e depois foi morar definitivamente na cidade em 1952, quando já tinha 78 anos. Ela morreu em 14 de janeiro de 1970, aos 96 anos. Seu corpo foi sepultado no cemitério Santa Águeda, em Ceará-Mirim, e, anos mais tarde, transferido para a igreja matriz da cidade, o Santuário de Nossa Senhora da Conceição.
“Embora essa religiosa tenha falecido em 1970, de lá para cá a fama de santidade permanece porque ela viveu de modo exemplar as virtudes cristãs”, disse o postulador da causa, frei Jociel Gomes, OFM Cap, à ACI Digital.
“O pároco do período em que ela morou em Ceará-Mirim, mons. Rui Miranda, a tinha como uma santa. Uma multidão compareceu no dia do seu sepultamento”, contou. “Então, realmente uma mulher que viveu em santidade e sua fama permanece até hoje”.
“As pessoas que a conheceram e conviveram com ela falam de sua bondade, caridade, gentileza, uma mulher muito gentil, afetuosa e de muita, muita simplicidade. Todas essas coisas se destacaram no dia a dia da vida dela a ponto de chamar a atenção das pessoas”, disse o postulador.
Para o ele, a abertura da causa é um reconhecimento oficial da Igreja daquilo “que as pessoas da região já sabem e já têm no coração que é o testemunho de vida e santidade deixado por irmã Maria José”.
“A cidade do Ceará-Mirim abraçou a causa da irmã Maria José”, disse à ACI Digital a irmã Lucineide. “Juntos estamos fazendo essa história acontecer. É um marco histórico, é um marco eclesial na vida do povo de Deus de Ceará-Mirim, na vida do nosso Instituto, na vida da Igreja que precisa de santos para que o mundo seja mais iluminado, mais rico em irmandade”, concluiu.
Hoje também será a inauguração do memorial da irmã Maria José na cidade. O memorial conta a história da irmã, tem objetos que pertenceram a ela e tem um salão de exposição com a história do tempo em que a irmã Maria José viveu na cidade de Ceará-Mirim e história da espiritualidade franciscana.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
A missa de abertura pode ser acompanhada através do YouTube da arquidiocese de Natal hoje às 19h30.
O que é a fase arquidiocesana e o Tribunal para a causa de beatificação
O arcebispo de Natal, dom João Santos Cardoso, nomeou o Tribunal para a causa, composto por dois sacerdotes e dois leigos. Um padre é o delegado episcopal, que representa o arcebispo em todas as sessões, e o outro é o promotor de justiça, responsável por garantir o cumprimento das orientações da Igreja. Um leigo fará o papel de notário para a redação das atas e dos documentos e um será o notário adjunto que substituirá o notário em caso de ausência.
Segundo o frei Jociel, “essa fase diocesana tem uma importância muito grande dentro de todo o processo porque é onde se dá a pesquisa, realizada pela comissão histórica que levanta toda a documentação que existe acerca da irmã no arquivo do instituto e dos locais por onde ela passou”.
“O tribunal também escuta as testemunhas, que são as pessoas que conheceram e conviveram com a religiosa e que poderão dar um testemunho acerca da sua prática das virtudes e da sua fama de santidade”, continuou.
Concluída a fase diocesana, toda a documentação é levada a Roma e ali se inicia a fase romana sob a orientação do Dicastério para as Causas dos Santos
“Nessa fase, quando toda a documentação for analisada, quando tivermos os pareceres das comissões históricas, teológicas, dos bispos e cardeais, ela será declarada venerável, ou seja, o papa em nome de toda a Igreja reconhecerá que ela viveu em grau heroico as virtudes cristãs”, disse o postulador.
“Daí em diante faltará um milagre reconhecido pela Igreja para ela ser declarada beata. Pós beatificação será necessário um segundo milagre para que ela seja canonizada, declarada santa”, concluiu
Oração para pedir a beatificação da irmã Maria José
Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu vos bendigo, vos louvo e vos dou graças pelos benefícios que de Vós tenho recebido e por tudo o que mereceu vossa serva Irmã Maria José que, através de sua Consagração Religiosa, se manteve fiel na oração e na obediência, cultivando a humildade e o silêncio, a exemplo de Maria Santíssima. Peço-vos que aumenteis em mim a fé, a esperança e a caridade e que vos digneis conceder-me a graça que ardentemente desejo…
Pai Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
Assine aqui a nossa newsletter diária
Com aprovação do arcebispo de Natal (RN), dom João Santos Cardoso.
As graças alcançadas podem ser informadas às Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Bom Conselho pelo e-mail: causairmariajose@gmail.com