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18 de mar de 2025 às 16:06
O prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais da Santa Sé, cardeal Claudio Gugerotti, pediu aos bispos para evitar promover eventos de arrecadação de fundos que dupliquem a pontifícia coleta para a Terra Santa que é feita na Sexta-feira Santa.
“Por favor, evitem que nossas igrejas promovam coletas semelhantes para o mesmo fim, para que o significado e a eficácia de sua caridade, que responde à iniciativa universal do sucessor de Pedro, o bispo de Roma, não sejam prejudicados”, disse o cardeal em uma carta divulgada ontem (17).
“Tudo o que você coletou pode ser enviado diretamente a este dicastério pelos comissariados da Terra Santa em seu país”, disse também dom Gugerotti na carta, que também foi assinada pelo secretário do Dicastério da Santa Sé para as Igrejas Orientais, dom Michel Jalakh.
O objetivo da coleta anual é arrecadar fundos para sustentar os locais sagrados e as obras de caridade feitas na região.
“Sinto uma grande responsabilidade de me dirigir aos bispos católicos, em nome do Santo Padre, para transmitir a vocês o chamado da Igreja em resposta ao grito daqueles que estão sofrendo terrivelmente”, escreveu o cardeal Gugerotti, que também disse estar “encorajado” pela recente trégua entre as Forças de Defesa de Israel e o grupo terrorista islâmico Hamas.
O cardeal disse que com a trégua não há novas explosões e a angústia inconsolável não está se perpetuando.
Dom Gugerotti disse que o cessar-fogo, que permitiu a entrada de ajuda humanitária em Gaza e na Cisjordânia, é “frágil” e “não será suficiente para resolver os problemas” e “extinguir o ódio”.
A coleta deste ano é indispensável
O cardeal destacou que este ano a coleta se tornou um “recurso essencial”, especialmente depois da pandemia, que causou a “interrupção quase completa das peregrinações” e levou muitos cristãos a deixar a Terra Santa.
“Se quisermos fortalecer a Terra Santa e garantir um contato vivo com os lugares santos, é necessário apoiar as comunidades cristãs que, em sua diversidade, oferecem louvores perenes a Deus-conosco, também em nosso nome. Mas para que isso seja feito, precisamos absolutamente do presente generoso de suas comunidades”, exortou dom Gugerotti.
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“Para nós, cristãos, os lugares santos têm um valor particular: são a encarnação da Encarnação. Eles foram protegidos desde o início pelas comunidades cristãs, na variedade de suas diversas tradições, e por séculos os Frades Menores da Custódia cuidaram deles com admirável fidelidade”, ressaltou o prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais.
Depois de mais de um ano de conflito, dom Gugerotti lamentou que “vimos lágrimas, desespero e destruição em todos os lugares”.
O cardeal disse que sua esperança é que “o triunfo da morte infligida não se torne uma vitória eterna”, mas que “nos retorne a esperança de ver o Ressuscitado, Jesus Cristo Nosso Senhor, que, precisamente naquela terra, mostrou, vivo, as feridas de sua paixão”.
O cardeal também citou a carta que o papa Francisco dirigiu aos católicos do Oriente Médio em 7 de outubro do ano passado, encorajando-os a “não se deixar engolir pela escuridão que os cerca”.
“Plantados em suas terras sagradas, tornam-se brotos de esperança, porque a luz da fé os leva a testemunhar o amor enquanto se fala de ódio, o encontro enquanto o confronto se espalha, a unidade enquanto tudo parece caminhar para a divisão”, escreveu o papa.
Para Gugerotti, ajudá-los é um dever de todos os católicos.
“Imediatamente me vem à mente nosso dever – e uso esse termo com tremor, mas decididamente – de nos apressarmos, o mais rápido possível de maneira concreta, para ajudar a vida a renascer”.
“A Terra Santa, os lugares santos, o povo santo de Deus são sua família, porque são herança de todos nós. Peço-lhes que considerem a coleta como uma de suas prioridades pastorais: a sobrevivência dessa nossa preciosa presença, que remonta diretamente ao tempo de Jesus, está em jogo aqui”, disse o prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais da Santa Sé .
O cardeal elogiou o trabalho dos Frades Menores da Custódia da Terra Santa, que “cuidam com admirável fidelidade” desses lugares santos, e mais uma vez enfatizou a necessidade de apoiar financeiramente as comunidades cristãs.
“Gostaria que vocês, irmãos bispos, lembrando-se das imagens de destruição e morte que constantemente passaram diante de seus olhos nestes tempos de um novo Calvário, se tornassem apóstolos persuasivos desse compromisso”, disse dom Gugerotti.