Quase dois mil padres celebram missa crismal da Quinta-feira Santa no Vaticano

“Renovando as nossas promessas de Ordenação na Quinta-feira Santa, confessamos que só a podemos ler em Jesus de Nazaré”, escreveu o papa Francisco na homilia.

” ‘Aquele que nos ama e nos purificou dos nossos pecados com o seu sangue’ (Ap. 1, 5) abre também o livro da nossa vida e ensina-nos a encontrar as passagens que revelam o seu sentido e missão. Quando nos deixamos instruir por Ele, o nosso ministério torna-se um ministério de esperança, porque em cada uma das nossas histórias Deus abre um jubileu, isto é, um tempo e um oásis de graça”.

Quarenta e dois cardeais, 42 bispos e 1,8 mil padres que vivem em Roma concelebraram a missa. A Quinta-feira Santa marca a instituição da Eucaristia e do sacramento do sacerdócio na Última Ceia.

Na missa crismal do Vaticano, dom Calcagno abençoou o óleo dos enfermos, o óleo dos catecúmenos e o óleo do crisma, que serão usados na diocese ao longo do próximo ano.

Os óleos foram processados no altar-mor de São Pedro em grandes urnas de prata, enquanto hinos do Coro da Capela Sistina enchiam a basílica.

O cardeal rezou sobre o óleo pelos enfermos: “Ó Deus, Pai de toda consolação, que por meio de teu Filho quiseste curar as enfermidades dos enfermos, escutai favoravelmente esta oração de fé: Fazei descer do céu, nós pedimos, vosso Espírito Santo, o Paráclito, sobre a rica substância deste óleo, que tiveste o prazer de fazer brotar de vigorosas árvores verdes para restaurar nossos corpos, para que, por sua santa bênção, este óleo seja para qualquer um que seja ungido com ele uma salvaguarda para o corpo, mente e espírito, para tirar toda dor, toda doença e toda enfermidade”.

O óleo abençoado será usado para a unção dos enfermos em Roma por todo o ano.

O óleo do crisma é usado nos sacramentos da confirmação, do batismo, das ordens sagradas, e na consagração das igrejas.

“O santo Crisma, que hoje consagramos, chancela este mistério transformador nas diferentes etapas da vida cristã. Mas atenção: nunca desanimar, porque é obra de Deus. Acreditar, sim!”, escreveu o papa Francisco.

“É obra de Deus, não nossa: levar a boa nova aos pobres, a libertação aos prisioneiros, a vista aos cegos, a liberdade aos oprimidos. Se Jesus encontrou esta passagem no livro, hoje continua a lê-la na biografia de cada um de nós”, disse também o papa.

Em sua homilia, Francisco também encorajou os fiéis a rezar especialmente pelos padres na Quinta-feira Santa.

“Queridos fiéis, povo da esperança, rezai hoje pela alegria dos sacerdotes. Que chegue até vós a libertação prometida pelas Escrituras e alimentada pelos Sacramentos”.

“Muitos medos habitam em nós e terríveis injustiças nos rodeiam, mas um mundo novo já despontou. Deus amou tanto o mundo que nos deu o seu Filho, Jesus. Ele unge as nossas feridas e enxuga as nossas lágrimas. ‘Ele vem no meio das nuvens!’ (Ap. 1, 7). É d’Ele o reino e a glória para todo o sempre. Amém”.

A Santa Sé disse que o papa Francisco delegou pessoalmente cardeais para celebrar todos os eventos da Semana Santa.

O cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio de Cardeais, celebra a Vigília Pascal na basílica de São Pedro. A missa da manhã de Páscoa na praça de São Pedro será celebrada pelo vigário geral emérito da Cidade do Vaticano, cardeal Angelo Comastri.

Amanhã (18), na Sexta-feira Santa, a celebração da Paixão será conduzida pelo prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais da Santa Sé, cardeal Claudio Gugerotti, e a Via-Sacra no Coliseu será conduzida pelo vigário geral da diocese de Roma, cardeal Baldassare Reina.

Os textos para a Via-Sacra no Coliseu na Sexta-Feira Santa foram preparados pessoalmente pelo papa Francisco.

“A paixão, morte e ressurreição de Jesus, que estamos prestes a reviver, são o terreno que sustenta firmemente a Igreja e, nela, o nosso ministério sacerdotal”, escreveu o papa Francisco em sua homilia da Quinta-feira Santa.