Romaria dos Homens reúne mais de um milhão de fiéis no Espírito Santo

A Romaria dos Homens é o ápice da festa da padroeira do Espírito Santo. A primeira edição da Romaria dos Homens foi em 1955, por decisão do então Bispo do Espírito Santo, dom José Joaquim Gonçalves.

Nos primeiros anos, o andor com a santa era carregado pelos fiéis. Nos anos 1970 foi criado o “Penhamóvel”, um veículo que vai à frente da procissão transportando a imagem. Até 2002, os romeiros subiam até o Convento da Penha, e a imagem de Nossa Senhora era levada até o altar. A partir de 2002, a Missa de encerramento da romaria passou a acontecer no Parque da Prainha, aos pés do Convento como é até hoje.

A Festa da Penha 2025

No fim da tarde, os devotos foram se concentrando na praça Dom Luiz Scortegagna, em frente a catedral metropolitana de Vitória. Às 18h foi celebrada uma missa pelo bispo-auxiliar, dom Andherson Franklin Lustoza, na catedral.  As ruas do entorno também foram tomadas por devotos.

Depois da missa, dom Andherson deu a bênção de envio da romaria. A caminhada começou às 19h25. A Imagem Peregrina de Nossa Senhora da Penha foi colocada no “Penhamóvel”, adornada de centenas de rosas que formaram uma espécie de manto.

A proteção do “Penhamóvel” que leva a santa padroeira, fica a cargo da “Corrente da Penha”. Um grupo de devotos que além de protegerem, são também responsáveis pela condução e ornamentação. Há também romeiros responsáveis pela sinalização, comunicação e passagem, já que a cruz de led pode esbarrar em um fio de iluminação pública.

Daivid Paulo Alves, motorista de carreta e devoto, participou da procissão. Ele atribui a ela, um milagre em sua vida. “Em 2013, fui atingido por um tiro no pescoço que atingiu a veia carótida”, conta. “Eu sempre confiei em Nossa Senhora e prometi que todos os anos eu faria a romaria dos homens para agradecer porque eu sobrevivi”.

Mayara Fávaro Sagrillo e seu marido, Felipe Sagrillo, testemunharam o nascimento da pequena Alice. “Desde de 2020 nós estávamos tentando engravidar. Tivemos duas perdas no início das gestações e foi um momento muito difícil, porque neste mesmo período o pai de Mayara teve diagnóstico de câncer. Somos do interior do Estado e com tudo isso, ela veio para Vitória para auxiliar no tratamento. Com muita oração, recebemos a graça do pai dela sair do hospital e também descobrimos que ela estava grávida. Nunca perdemos a fé em Deus e em Nossa Senhora”, contou Felipe.

Mayara também relatou que se tivessem a graça da maternidade, iriam agradecer em Aparecida-SP e todos os anos participariam da Romaria dos Homens na Festa da Penha. “Nossa Senhora da Penha intercedeu e por conta disso, sempre vamos estar na romaria. No ano que eu estava grávida, minha família veio na romaria rezar por mim e pela minha filha,” disse. “Esse ano nós viemos para agradecer, trazendo nossa bênção que é a Alice”.

Os jovens também marcam a Romaria dos Homens, especialmente porque nela, é possível divulgar ainda mais no ambiente digital, a devoção à Senhora das Alegrias. Os namorados Hugo Burini e Júlia de Fátima Bergamin, participaram da caminhada pela primeira vez. Além de rezarem pelo futuro matrimônio, também agradeceram algumas graças alcançadas.

“Viemos pela primeira vez pedindo a intercessão de Nossa Senhora pela cura da mãe da Júlia (dona Vanda Bergamin) e também para que Deus nos fortaleça na fé e no amor”, disse Hugo.

“Eu também sou um testemunho. Minha mãe não conseguia engravidar. Ela então prometeu para Nossa Senhora que se ela conseguisse, ia colocar o nome de Fátima. E quando eu tinha 5 anos, tive pneumonia com derrame pleural e pela intercessão de Nossa Senhora da Penha, fui curada”, celebrou Júlia.

Dom Andherson e o guardião do convento, frei Gabriel Dellandrea, OFM, caminharam com os fiéis. Saíram junto com a Corrente da Penha e na altura da 2ª Ponte, foram à frente do trio oficial da Festa rezando o rosário com os fiéis.

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“Como peregrinos de esperança, olhamos para a Virgem da Penha e seguimos o nosso caminho”, disse dom Andherson comentando o tema da festa deste ano. “Queremos pedir a Deus a grande graça e que nesta Romaria, nossas famílias, nossas crianças, nossos jovens, adolescentes, todos nós encontremos no Senhor nossa maior esperança. A Virgem da Penha nos apresenta o Menino Jesus, razão da vitória de Deus sobre a morte, por isso, hoje, cada um de nós se sinta acompanhado não só da Virgem, mas uma multidão inteira de peregrinos de esperança”.

Frei Gabriel falou sobre o que representa Romaria dos Homens para o povo capixaba. “Em passos físicos, queremos andar ou até correr ao encontro de nós mesmos com o Senhor. Por isso, a Romaria se torna para nós, ocasião privilegiada também de olhar para Virgem Maria como refúgio e guia para nós. Ela nos ilumina, aponta o caminho para caminharmos na fé, como peregrinos de esperança que somos”.

A Romaria fez três paradas ao longo do percurso.

Na altura da praça Duque de Caxias, a chuva apagou algumas velas.

No parque da Prainha, uma multidão aguardava a chegada da “dona da Festa” para o início da Missa de Encerramento da Romaria. Mais de 100 mil fiéis estavam presentes e não desanimaram com a chuva forte que caía naquele momento.

Às 23h58 a santa deixou o “penhamóvel” e foi conduzida pelos frades franciscanos e pela Corrente da Penha até o altar principal.

Missa de Encerramento da Romaria

A missa foi celebrada pelo arcebispo de Vitória, dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ e contou com a participação de padres da arquidiocese e do bispo-auxiliar.

Ao iniciar, dom Ângelo pediu aplausos em memória do papa Francisco e conclamou os fiéis a repetirem: “Obrigado, papa Francisco!”, lembrando o pedido de Francisco ao convocar o Ano Santo da Esperança.