Nota do Editor: Ontem (29), o cardeal Mauro Gambetti, OFM Conv, arcipreste da basílica de São Pedro, proferiu a seguinte homilia no quarto dia das Missas Novendiales pela alma do papa Francisco. O texto abaixo é uma tradução de trabalho da CNA do texto original em italiano publicado pela Santa Sé .
A passagem do Evangelho é bem conhecida. Uma cena grandiosa de caráter universalista: todos os povos, vivendo juntos no único campo que é o mundo, estão reunidos diante do Filho do Homem, sentado no trono da sua glória para julgar.
A mensagem é clara: na vida de todos, crentes e não crentes, há um momento de discriminação; em certo ponto, alguns começam a compartilhar da mesma alegria de Deus, outros começam a sofrer o tremendo sofrimento da verdadeira solidão, porque, expulsos do reino, permanecem desesperadamente sozinhos em suas almas.
A tradução italiana (CEI) fala de ovelhas e cabritos para distinguir os dois grupos. O grego, no entanto, ao lado do feminino próbata — rebanho, ovelha — usa eríphia, que indica principalmente cabritos, os machos da espécie. As ovelhas, que não se rebelam, são fiéis, mansas, cuidam dos cordeiros e dos mais fracos do rebanho, entram no reino preparado para elas desde a criação do mundo; os cabritos, que desejam independência, desafiam o pastor e outros animais com seus chifres, saltam sobre as outras cabras em sinal de domínio, pensam em si mesmas e não no resto do rebanho diante do perigo, estão destinadas ao fogo eterno. É natural perguntar: em um nível pessoal e institucional, qual dos dois estilos incorporamos?
Claramente, então, pertencer ou não ao reino de Deus não depende do conhecimento explícito de Cristo: Senhor, quando te vimos com fome... com sede... estrangeiro... nu... doente ou na prisão? No texto em grego, o verbo “ver” é expresso por Mateus como oráo, que significa ver profundamente, perceber, compreender. Parafraseando: Senhor, quando te “entendemos”, “detectamos”, “distinguimos”? A resposta de Jesus sugere que não é a profissão de fé, o conhecimento teológico ou a prática sacramental que garante a participação na alegria de Deus, mas o envolvimento qualitativo e quantitativo na história humana do menor dos nossos irmãos e irmãs. E o preço do humano é a realeza de Jesus de Nazaré, que em sua vida terrena compartilhou toda a fraqueza de nossa natureza, até o ponto de ser rejeitado, perseguido e crucificado.
Em última análise, a parábola do Juízo Final manifesta o segredo sobre o qual o mundo se apoia: o Verbo se fez carne, ou seja, “Deus quis fazer-se solidário com a humanidade a tal ponto que quem toca o homem toca a Deus, quem honra o homem honra a Deus, quem despreza o homem despreza a Deus” (Elias Citterio).
De fato, a parábola revela a suprema dignidade dos atos humanos, definidos em relação à compaixão, à solidariedade, à ternura e à proximidade na humanidade. Encontro nos versos com os quais Edith Bruck quis se despedir do papa Francisco (L'Osservatore Romano, 23 de abril de 2025), a expressão poética dessa humanidade:
“Perdemos um homem que vive em mim.
“Um homem que amou, se emocionou, chorou, invocou a paz, riu, beijou, abraçou, se emocionou e emocionou, espalhou calor.
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“O amor de pessoas de todas as cores e de todos os lugares o rejuvenesceu.
“A ironia e a inteligência o tornaram sábio.
“Sua humanidade era contagiante, amolecendo até pedras.
“Curá-lo de doenças era sua fé saudável enraizada no céu”.
A “humanidade cristã” faz da Igreja a casa de todos. Quão oportunas são as palavras de Francisco, proferidas em conversa com os jesuítas em Lisboa, em 2023: Todos, todos, todos são chamados a viver na Igreja — nunca se esqueçam disso!
Como diz o livro de Atos dos Apóstolos, Pedro disse claramente isso: Em verdade, sei que Deus não faz distinção de pessoa alguma, mas acolhe os que o temem e praticam a justiça, seja qual for a nação a que pertençam.
A passagem da primeira leitura é a conclusão do encontro de Pedro com os pagãos, Cornélio e sua família (At 10); um episódio que — numa era globalizada e secularizada, tão sedenta de verdade e amor como a nossa — através da atitude de Pedro, aponta o caminho para a evangelização: a abertura irrestrita ao humano, o interesse gratuito pelos outros, a partilha da experiência e o aprofundamento para ajudar cada homem e cada mulher a respeitar a vida, a graça da criatura e, quando virem que agrada a Deus — dizia são Francisco de Assis (RegNB XVI, 43) — a proclamação do Evangelho, isto é, a revelação da humanidade divina de Jesus na história, para chamar as pessoas à fé em Cristo, “loucas de amor” pela humanidade, como ensina santa Catarina de Sena, cuja festa ocorre hoje na Itália. Então, o pleno valor da profissão de fé, da teologia sólida e dos sacramentos que enriquecem a vida no espírito com toda a graça pode revelar-se para todos.
Que Maria, a humilde serva do Senhor que deu ao mundo o Salvador, nos indique o caminho do discipulado e do anúncio autênticos.
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