Um incenso produzido o Brasil pode ser usado na missa inaugural do pontificado do papa Leão XIV. Fabricado por Martinho Rocha, dono da Milagros Incensos, que já fornece o produto ao Vaticano desde 2007, o incenso especialmente criado para a celebração do próximo domingo (18), às 10h (5h em Brasília), na praça de São Pedro, foi entregue pessoalmente por Rocha ao mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, dom Diego Ravelli.
Chamado Pacem in Terris, ele foi feito com olíbano, mirra, estoraque, nardo, rosa e lavandim (alfazema).
Rocha disse à ACI Digital que também misturou grãos de três incensos abençoados pelos papas Bento XVI e Francisco para reforçar “a continuidade da missão da Igreja na busca pela paz” e para que “esse início de pontificado tenha essa firmeza”.
“Foi uma iniciativa minha”, disse Rocha. “Eu estava assistindo o filme da vida do Papa João XXIII e quando veio a parte da encíclica Pacem in Terris tive a unção e a fórmula do incenso veio pronta.”
“Trouxe apenas 4 kg porque fiz variações na intensidade para eles testarem”, diz o empresário. “Aguardo e oro pela aprovação”.
O próprio nome Pacem in terris, segundo Rocha, foi inspirado na encíclica do papa João XXIII, pensando em que os elementos do composto deveriam evocar os quatro pilares da paz expostos na encíclica: verdade, justiça, caridade e liberdade.
A preparação do incenso começou duas semanas antes do conclave logo depois da morte do papa Francisco, em 21 de abril.
“Eu fiz o incenso independente de quem fosse o novo papa”, disse Rocha. “Quando Leão XIV foi eleito e falou sobre paz no mundo em seu primeiro pronunciamento, vi que o incenso veio quase que profético, porque tem tudo a ver com o discurso do papa Leão”.
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O incenso é um sacramental usado nas celebrações litúrgicas para a veneração, a bênção e a santificação. O número 75 da Instrução Geral do Missal Romano diz: “O sacerdote pode incensar os dons colocados sobre o altar, depois a cruz e o próprio altar. Deste modo se pretende significar que a oblação e oração da Igreja se elevam, como fumo de incenso, à presença de Deus. Depois o sacerdote, por causa do sagrado ministério, e o povo, em razão da dignidade batismal, podem ser incensados pelo diácono ou por outro ministro”.
Segundo Rocha, para ser incenso litúrgico, a base deve ser o olíbano, extraído da resina de árvores do gênero Boswellia. O olíbano propriamente dito é extraído da espécie Boswellia sacra, embora hoje se extraia resina aromática de outras espécies.
A Boswellia sacra é nativa e abundante em Omã, na península arábica, onde a tradição localiza o reino de Sabá, cuja rainha visitou o rei Salomão. Os Reis Magos levaram incenso de presente para o menino Jesus, segundo o Evangelho de Lucas.
Do Brasil para o Vaticano, a história da Milagros Incenso
A Milagros Incenso começou em 2002, em São João da Boa Vista (SP). Agora, a fábrica fica em Lorena (SP), no Vale do Paraíba, onde produz incensos para santuários como o Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (SP), o Santuário de Nazaré, em Belém (PA), para o Santuário Pai das Misericórdias, em Cachoeira Paulista (SP), e para paróquias de todo o Brasil e do mundo.
Rocha contou que, em 2007, durante a visita de Bento XVI ao Brasil, o padre responsável pelas celebrações conheceu a Milagros pela internet e entrou em contato para encomendar incensos. Para a ocasião, eles produziram o incenso chamado Nossa Senhora Aparecida, usado em toda a visita papal. A composição incluiu a erva cidreira para dar um toque regional ao aroma.
Bento XVI e seus assistentes gostaram do incenso e oito meses depois entraram em contato com ele pedindo que continue fornecendo incensos para o Vaticano.
Para algumas ocasiões, ele prepara incensos especiais. Para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro (RJ), em 2013, ele fez o incenso Urbi et Orbi, com “gomas e resinas aromáticas dos cinco continentes para demonstrar nosso amor e devolução ao mundo inteiro unido ali”, disse.
Escrevo para a ACI Digital há oito anos e desde 2023 sou correspondente do Brasil para o telejornal EWTN Noticias. Sou certificada em espanhol pelo Instituto Cervantes. Tenho experiência em redação de conteúdo religioso para mídias católicas em português e espanhol e em tradução de sites religiosos. Sou casada, tenho três filhos e sou catequista há mais de 15 anos. Escrevo de Petrópolis (RJ).
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