Leão XIV envia mensagem a congresso sobre Laudato sì que reúne reitores na PUC RJ
Este artigo é o do site Aci Digital Para ler o artigo original clique aqui! Por Nathália Queiroz 20 de mai de 2025 às 16:07
Padre Vítor Pereira, Diocese de Vila Real
Aqui há uns tempos, se bem se lembram, assistimos a um frenesim verboso, informativo e editorial sobre Fátima. Alguns padres esgrimiram perspetivas e argumentos sobre o «fenómeno» de Fátima, na imprensa e em conferências. O que aconteceu em Fátima foram aparições ou visões? Se foram visões, que tipo de visões foram? Não seria fantasia ou imaginação fértil? Ou foram revelações particulares? A questão é complexa e, claro, não é consensual. Quem já tinha dado o mote foi o então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Cardeal Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, no seu «Comentário Teológico», sobre a mensagem e as aparições de Fátima, no ano 2000. No referido documento, o cardeal reafirma a três formas de visão ou perceção que a antropologia teológica reconhece: visão sensorial ou corpórea, visão interior e visão espiritual ou mística. E conclui que em Fátima aconteceram visões interiores e não «aparições». Os pastorinhos tiveram acesso a dimensões mais profundas da realidade, que estão para além daquilo que os nossos sentidos podem captar, algo que só os nossos «sentidos internos» podem ver.
Fátima continuará a suscitar discussões e debates. Não esqueçamos, contudo, a mensagem e o apelo perene que Fátima significa para a nossa vida pessoal, comunitária, eclesial e dos povos, a nível mundial. Não há católico que, durante este mês de maio, não se volte para Fátima e não deixe de acompanhar com alguma emoção os muitos peregrinos que rumam a Fátima, alguns até poderão ser familiares ou amigos, cujos dramas ou dificuldades conhecemos. Para muitos, Fátima é um refúgio e um consolo, busca de ajuda, segurança e proteção, procura de paz e serenidade, encontro com a vida e com Deus, por Maria, e compreendo que assim seja para quem tem vivido no meio de sofrimentos atrozes e tribulações. Mas, para mim, Fátima tem me tocado sempre, sobretudo, pelo desassossego, pela desinstalação e confronto com a mediocridade ou a mediania da vida. É um apelo a querer mais e a ir mais além, a ser mais para Deus e para os outros, a colaborar com Deus na edificação de um mundo diferente, aspiração que sentimos ferver nas entranhas do coração.
Quem sai de Fátima, não pode apenas trazer a paz de ter cumprido uma promessa porque se sente abençoado pela benevolência divina ou porque deixou uma vela a arder e um pedido para futuros risonhos, que são legítimos, tem de trazer um fogo ardente dentro de si, para se comprometer mais com Deus, com a sua santidade pessoal, se comprometer mais com os outros e com a Igreja, lutar por um mundo mais evangélico e humano e recusar uma forma mundana e banal de viver a vida, com valores e critérios muito rasteiros. Se assim não for, esvaziamos Fátima. A mais profética das aparições modernas, assim definida por Bento XVI, tem uma mensagem clara e firme para todos os tempos, mensagem interpelante, mas uma mensagem de misericórdia, de esperança e de paz, que todos devemos acolher: oração, conversão e penitência.
Pela oração, entendamos dar o primado e a centralidade a Deus na vida e viver em diálogo permanente com Ele, e não o trocar pelos ídolos que o homem cria para si mesmo para encontrar uma salvação, ou seja, uma vida e uma realização plena, que por este caminho é falsa e ilusória. Deus não é um estorvo ou um concorrente do homem, assim tantas vezes visto pela modernidade, que lhe quer tirar a liberdade ou complicar a vida. É um Deus misericordioso que se quer aproximar sempre do homem e da humanidade para dar beleza, grandeza e dignidade à vida e oferecer dons admiráveis que humanizam, realizam e enchem o homem de vida plena e verdadeira. Todas as sociedades que se procuraram construir sem Deus foram fonte de destruição e sofrimento incalculável para o homem. Basta lembrar a ação dos vários regimes e ideologias ateístas que espalharam o seu horror durante o século XX.
Pela conversão, entenda-se verdadeira mudança de vida, ou melhor, um reorientar a vida para Deus e viver mais a partir de Deus, quebrando-se o gelo do nosso egoísmo ou da nossa autossuficiência. É um grande desafio nestas sociedades secularizadas em que estamos a viver. A verdadeira conversão, primeiro que tudo, tem de ser teologal, abrir-se e virar-se para Deus e renovar depois os valores e os critérios da vida. Assumir a sério um projeto de santidade, numa busca incessante de uma maior identificação com Cristo, interiorizando os seus sentimentos e acolhendo o seu Evangelho. Recusar a lógica do poder e do domínio, do ódio, da competição e da conflitualidade cega com os outros, abdicando absolutamente de fazer mal ou diminuir os outros para eu viver bem ou estar bem. Mais do que ser mais do que os outros, todos precisamos de abraçar uma lógica se ser mais com os outros e para os outros. Se queremos mudar o mundo e a sociedade, primeiro temos de mudar o ser humano.
Pela penitência, entendamos a reparação que é preciso fazer do mal que existe e que tanto mal ainda nos faz, com as suas muitas seduções e máscaras que nos enganam. Cada católico é chamado a ser um consertador do mal do mundo. Mas não estamos condenados a viver sempre com o mal. Há que combater a banalização do mal e o mal da banalização, desde o íntimo de cada um de nós. Não podemos ceder ao convívio insensível com o mal e à ditadura da indiferença face ao sofrimento que nos cerca.
E, como dizima há uns tempos os nossos bispos, «fiéis ao carisma de Fátima, somos chamados a acolher o convite à promoção e defesa da paz entre os povos, denunciando e opondo-nos aos mecanismos perversos que enfrentam raças e nações: a arrogância racionalista e individualista, o egoísmo indiferente e subjetivista, a economia sem moral ou a política sem compaixão. Fátima ergue-se como palavra profética de denúncia do mal e compromisso com o bem, na promoção da justiça e da paz, na valorização e respeito pela dignidade de cada ser humano».
(Os artigos de opinião publicados na secção ‘Opinião’ e ‘Rubricas’ do portal da Agência Ecclesia são da responsabilidade de quem os assina e vinculam apenas os seus autores.)
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