“Os Papas passam, a Cúria permanece”: Leão XIV agradece aos funcionários do Vaticano

24/maio/2025


O Papa Leão XIV recebeu na Sala Paulo VI os funcionários do Vaticano e seus familiares. O Estado pontifício emprega cerca de 4.800 pessoas que trabalham em vários setores, como nos escritórios de todos os Dicastérios, Museus, manutenção, segurança, comunicação e saúde.

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Uma ocasião simplesmente para agradecer: assim foi a audiência que o Papa Leão XIV concedeu a todos os funcionários da Cúria Romana, do Governatorato e do Vicariato de Roma - uma comunidade formada por quase cinco mil pessoas que atuam em vários âmbitos administrativos, técnicos e operacionais. Trata-se de sacerdotes, freiras, religiosos, mas sobretudo leigos.

"Este nosso primeiro encontro não é certamente o momento para discursos programáticos, mas é antes uma ocasião para agradecer a vocês pelo serviço que prestam e que eu, por assim dizer, 'herdei' dos meus predecessores", afirmou o Pontífice, cujo discurso foi interrrompido várias vezes pelos aplausos dos funcionários e familiares.

Leão XIV recordou que chegou ao Vaticano somente dois anos atrás, a pedido de Francisco, que o nomeou Prefeito do Dicastério para os Bispos: "Então, deixei a Diocese de Chiclayo, no Peru, e vim trabalhar aqui. Que mudança! E agora... O que posso dizer? Apenas o que Simão Pedro disse a Jesus no lago de Tiberíades: 'Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que te amo' (Jo 21,17)". E acrescentou: "Os Papas passam, a Cúria permanece".

A Cúria é a instituição que preserva e transmite a memória histórica de uma Igreja, do ministério de seus Bispos. Trabalhar na Cúria Romana, portanto, significa contribuir para manter viva a memória da Sé Apostólica, para que o ministério do Papa possa realizar-se da melhor maneira possível. E, por analogia, o mesmo se pode dizer dos serviços do Estado da Cidade do Vaticano.

Além da memória, o Santo Padre ressaltou a dimensão missionária da Cúria e de todas as instituições ligadas ao ministério petrino, citando a propósito a reforma colocada em prática por Francisco através de alguns documentos, como a Exortação Apostólica Evangelii gaudium e a Constituição Apostólica Praedicate Evangelium

A missão também faz parte da bagagem pastoral que Leão XIV desenvolveu em meio ao povo peruano: "Nunca poderei agradecer o suficiente ao Senhor por este dom! Depois, o chamado para servir a Igreja aqui na Cúria Romana foi uma nova missão, que compartilhei com vocês nestes dois anos. E ainda a continuo e continuarei, enquanto Deus quiser, neste serviço que me foi confiado".

E repetiu o convite feito na noite de sua eleição a sermos uma Igreja missionária, que constrói pontes, o diálogo, sempre aberta a acolher com os braços abertos todos aqueles que precisam. "O Senhor confiou a Pedro e aos seus sucessores esta tarefa, e todos vocês, de diferentes maneiras, colaboram nesta grande obra. Cada um dá a sua contribuição, realizando o seu trabalho quotidiano com empenho e também com fé."

Leão XIV exortou os funcionários do Vaticano a cooperarem para esta causa e é possível fazê-lo a partir do comportamento no ambiente de trabalho. "Cada um pode ser construtor de unidade com a sua atitude para com os colegas, superando os inevitáveis mal-entendidos com paciência e humildade, colocando-se no lugar dos outros, evitando preconceitos e também com uma boa dose de humor, como nos ensinou o Papa Francisco." E concluiu confiando todos à proteção de Nossa Senhora:

"Queridos irmãos e irmãs, obrigado mais uma vez de coração! Estamos no mês de maio: invoquemos juntos a Virgem Maria, para que abençoe a Cúria Romana e a Cidade do Vaticano, e também as suas famílias, especialmente as crianças, os idosos e as pessoas doentes e sofredoras." 

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