São Beda, cujas homilias inspiraram o lema do Papa Francisco
Este artigo é o do site Aci Digital Para ler o artigo original clique aqui! Por Redação central 25 de mai de 2025 às 00:01
O secretário-geral do Sínodo, na assembleia da USG em Sacrofano, indicou como diretrizes para o futuro dos consagrados a valorização das Igrejas locais, o impulso missionário e a luta contra o flagelo dos abusos. Sobre este ponto, o cardeal sublinhou que somente modelos de liderança capazes de compartilhar responsabilidades e transparência poderão erradicar “as tendências, mesmo sutis, ao abuso” que muitas vezes encontraram terreno fértil nos institutos religiosos.
Salvatore Cernuzio – Vatican News
A centralidade da Igreja local, para fazer emergir a imagem de uma Igreja não como “monolito” imposto de cima, mas como “Povo de Deus que se encarna nos inúmeros povos da terra”. Depois, o exercício da autoridade na vida consagrada, com todas as distorções que levam a abusos, não só sexuais, mas também de poder e de consciência, a combater com uma mudança de mentalidade (“mentalidade machista” no caso da vida consagrada feminina), de estilo, de cultura eclesial. Por fim, o primado da missão, para realizar o “sonho” do Papa Francisco, compartilhado pelo Papa Leão, de uma Igreja perpetuamente “em saída”, que modifique e renove costumes, horários, linguagem, estruturas, de modo a se tornar “canal adequado para a evangelização do mundo atual”. É uma intervenção de amplo alcance, articulada a partir de três diretrizes fundamentais para o presente e o futuro da vida consagrada no contexto do caminho sinodal, a que foi pronunciada nesta sexta-feira (23/05) pelo cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, na Assembleia da USG (União dos Superiores Gerais). O evento, que teve início em Sacrofano no dia 21 de maio passado, com o tema “Testemunhas de esperança”, foi encerrado com a intervenção do cardeal, que celebrou em seguida uma missa com todos os participantes.
Em primeiro lugar, Grech recordou em seu discurso o momento histórico que a Igreja universal está vivendo com o início do ministério petrino de Leão XIV. Um Pontífice que, desde sua primeira saudação no Balcão da Basílica de São Pedro, “declarou sua vontade de se colocar na esteira da renovação promovida pelo Concílio Vaticano II” e encorajou a “avançar no caminho da sinodalidade”. Um processo que, longe de estar concluído, continua na etapa da “recepção”. A “mais importante”, disse Grech, “porque não basta conduzir reflexões, redigir documentos, aprová-los por ampla maioria”, mas é necessária uma “apropriação viva” do ensinamento da Igreja por parte do Povo de Deus. É nesta ótica que a vida consagrada, com as suas múltiplas ramificações em todas as partes do mundo, assume um papel central. A vida consagrada é “motor de esperança numa Igreja sinodal”, sublinhou o cardeal, e é “profecia” nas Igrejas locais que todo o processo sinodal procurou valorizar. Isso porque “a Igreja de Jesus Cristo não é uma realidade que se impõe sobre os povos da terra, impondo-se de cima como um monolito estranho às suas culturas. A Igreja é, antes, o Povo de Deus que se encarna nos inúmeros povos da terra, assumindo um rosto específico e uma voz inconfundível em cada lugar onde chega o cristianismo”, observou o secretário-geral do Sínodo.
Na primeira fase do itinerário sinodal, foi pedido aos consagrados e consagradas que caminhassem juntos com as Igrejas locais onde vivem e exercem o ministério. Um “enriquecimento recíproco”, disse Grech, porque as dioceses e as paróquias puderam se beneficiar das tradições e dos estilos sinodais consolidados dos institutos religiosos, enquanto estes últimos experimentaram que “o verdadeiro ‘caminhar juntos’ é sempre um caminhar com toda a Igreja”. Nesta linha, o cardeal recordou as práticas de vida sinodal e de discernimento comunitário dos institutos religiosos, como “autênticos laboratórios de sinodalidade”: os modos de decisão, as votações e eleições, a busca do consenso, a tensão para a unanimidade. Todas “riquezas formidáveis” da vida consagrada que “podem e devem tornar-se estilo também das nossas Igrejas locais”, afirmou o cardeal.
Focus, em seguida, em sua intervenção sobre o delicado nó da autoridade na Igreja, com o Sínodo que trouxe à tona “vozes francas em torno de uma compreensão e um exercício distorcidos da autoridade eclesial, também no âmbito da vida consagrada”. O processo sinodal “nos ajudou a compreender que os abusos na Igreja não dizem respeito apenas à esfera sexual, uma vez que esta última é, na realidade, o resultado extremo e dramático de muitas outras formas de violação da consciência e da liberdade pessoal”.
O abuso sexual é, de fato, um drama que afeta muitas instituições religiosas, observou o cardeal. E, em particular, no caso da vida consagrada feminina, disse ele, “os abusos são, ao mesmo tempo, a manifestação patológica de uma mentalidade machista que, apesar dos progressos realizados no último século em matéria de emancipação das mulheres, continua a afligir as nossas sociedades e também as nossas comunidades eclesiais”. Sobre o tema, Grech recordou o Documento Final da segunda sessão da XVI Assembleia Ordinária, segundo o qual “a luta contra o flagelo dos abusos não pode ser conduzida apenas com os instrumentos, por mais necessários que sejam, da repressão e da sanção. É necessária uma mudança de mentalidade, de estilo, de cultura eclesial, que envolva, em primeiro lugar, a nossa maneira de conceber e viver a autoridade, em todos os níveis da Igreja”. “Somente modelos de liderança mais capazes de colaboração entre as partes, de compartilhamento de responsabilidades, de transparência e de prestação de contas – ou seja, em uma palavra, de sinodalidade – poderão erradicar profundamente essas tendências, mesmo sutis, ao abuso que justamente nos institutos religiosos encontraram frequentemente um terreno fértil”, comentou o cardeal.
Então, uma última reflexão sobre a dimensão missionária da conversão sinodal da Igreja. Daí o impulso ao Sínodo para “sair das salas”, “aproximar-se da humanidade e do mundo”, “delinear o rosto de uma Igreja não introvertida, isto é, fechada em seus mecanismos internos, mas extrovertida, isto é, mais bem equipada para a obra fundamental da evangelização neste momento da história”. Nesse horizonte, não poderia faltar uma referência à Evangelii Gaudium do Papa Francisco, documento programático em que o Pontífice argentino cristalizou o “sonho” de uma profunda renovação das instituições eclesiais para que “todas se tornem mais missionárias”, para que a pastoral ordinária seja “mais expansiva e aberta”, para que os agentes pastorais estejam “em constante atitude de ‘saída’”. Este “sonho” de Francisco “tornou-se também o ‘sonho’ do Sínodo”, afirmou Grech, e hoje interpela de modo particular as instituições religiosas que, desde sempre, graças à dedicação, coragem e generosidade dos seus missionários, muitos deles chamados também ao martírio, levaram o Evangelho até aos confins da terra. O chamado hoje para todos os missionários é, portanto, ser “postos avançados da renovação missionária de toda a Igreja”: suas comunidades, concluiu Grech, “podem contribuir para tornar o cristianismo contemporâneo mais capaz de colocar o Evangelho em diálogo com todas as culturas, de alcançar com a Palavra todas as periferias, de suscitar participação e protagonismo onde pessoas e povos ainda são forçados à marginalização e à opressão, de construir pontes de paz onde ainda triunfam as razões do conflito”.
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