O instante que atravessas, independentemente da sua natureza, não sela o teu caminho definitivo. Não te deixes iludir pela noção de que tudo se encerra no agora ou que a situação presente perdurará indefinidamente.

Tal qual o viajante que avança sem desespero por ainda não ter chegado, sabendo que a meta exige tempo, superação e luta constante, a vida reclama perseverança e a firme convicção num amanhã que é preciso almejar e construir.

É crucial manter a crença, com uma intensidade que ultrapassa a de uma simples paixão, na possibilidade e na verdade de um futuro que desejamos intensamente viver.

A fé, em sua forma mais pura, é o motor da vida. Anima mesmo aqueles que não a reconhecem a sonhar, criar e amar. Essa certeza, que ampara na adversidade, também aconselha prudência nos momentos de bonança. Ter fé implica não se restringir ao que é imediatamente visível ou palpável.

Aqueles que apenas aceitam o que é lógico e provável, insensíveis aos "milagres" quotidianos, podem existir fisicamente, mas lhes falta a vitalidade plena, especialmente se o orgulho lhes obscurece a visão. O orgulho, aliás, é o oposto da genuína fé.

A existência é uma travessia pessoal. A cada um é concedida a liberdade de definir a rota e o destino. A vida terrena é uma etapa da tua narrativa, e o dia de hoje é apenas um pequeno capítulo dentro dessa etapa maior.

Quem verdadeiramente crê não se apressa. Importa cultivar a capacidade de perspetiva a longo prazo. Distanciar-se para perceber que a transitoriedade é uma constante. Mesmo o que há de mais valioso requer esforço contínuo para ser preservado, sob pena de se perder com o tempo.

A essência do ser humano reside na sua fé, na esperança que acalenta para o futuro e no amor que dedica para que essa esperança se converta em realidade.