O Children’s Hospital Los Angeles (CHLA) anunciou que fechará seu Centro para Saúde e Desenvolvimento Transjuvenil e o programa de cirurgia transgênero no próximo mês de julho. A decisão, comunicada às famílias por e-mail, é justificada por pressões financeiras e regulatórias em níveis federal e estadual.

O hospital informou que não encontrou "nenhuma alternativa viável" para evitar o encerramento da clínica, que é uma das maiores do país, diante dos "impactos cada vez mais severos de ações administrativas e políticas propostas pelo governo federal". Entre os fatores citados está uma ordem executiva emitida pelo presidente Donald Trump no início do ano.

O último dia de funcionamento do centro está marcado para 22 de julho. A mensagem enviada às famílias foi assinada por líderes da clínica, incluindo Paul Viviano e Kelly Johnson.

Recentemente, diversos hospitais nos Estados Unidos suspenderam seus programas para crianças e adolescentes transgêneros após a ordem de Trump intitulada "Protegendo Crianças de Mutilação Química e Cirúrgica". Essa medida visava interromper a "mutilação e esterilização de um número crescente de crianças impressionáveis" devido à ideologia de gênero.

A ordem executiva determinou que instituições médicas que recebem subsídios federais para pesquisa ou educação não devem participar da "mutilação química e cirúrgica de crianças".

Líderes da clínica também mencionaram diretrizes da procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, e investigações de autoridades federais sobre padrões de qualidade no hospital pediátrico, além de uma revisão dos protocolos médicos pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA em maio. Esses fatores, somados à solicitação do FBI por denúncias sobre hospitais que realizam procedimentos transgêneros em crianças, "sinalizam fortemente a intenção deste governo de tomar medidas rápidas e decisivas, tanto criminais quanto civis, contra qualquer entidade que considere estar em violação da ordem executiva", afirmava a carta.

O hospital planeja realizar reuniões nos próximos dias para discutir o iminente fechamento com as partes interessadas.

A decisão do CHLA ocorre em um contexto de crescentes debates e restrições legais sobre cuidados de afirmação de gênero para menores nos Estados Unidos. Diversos estados americanos têm implementado leis para limitar procedimentos como cirurgias e prescrições de bloqueadores de puberdade para menores. A nível internacional, o Reino Unido também tornou permanente a proibição de uso de bloqueadores de puberdade em crianças visando a "transição de gênero".