Um sacerdote católico na cidade de Yelewata, Nigéria, partilhou um relato angustiante sobre um recente ataque que ceifou a vida de mais de 200 cristãos na região. O Padre Ukuma Jonathan Angbianbee descreveu o evento como algo nunca antes visto em termos de brutalidade.

«Esta é, de longe, a pior atrocidade a que assistimos. Nunca houve nada de semelhante», afirmou o padre. Ele descreveu cenas 'verdadeiramente terríveis', com 'pessoas chacinadas' e 'cadáveres espalhados por todo o lado', incluindo corpos 'queimados e irreconhecíveis – bebés, crianças, mães e pais simplesmente dizimados'.

O ataque, ocorrido na noite de uma sexta-feira recente, teve como alvo principal famílias deslocadas que procuravam refúgio na área. Militantes incendiaram os edifícios onde as pessoas dormiam e atacaram com facas aqueles que tentavam escapar. O padre mencionou que os agressores eram militantes Fulani, gritando palavras de ordem religiosas durante o ataque, que parece ter sido coordenado para aproveitar as condições meteorológicas adversas.

O sacerdote e outros membros da comunidade local criticaram a resposta das forças de segurança, questionando a sua ausência durante o ataque, apesar da presença massiva no dia seguinte. Em resultado deste ato de violência, centenas de famílias foram deslocadas, totalizando milhares de pessoas que necessitam urgentemente de assistência, incluindo alimentos, água potável e cuidados médicos.

A região de Benue, onde ocorreu o massacre, tem sido palco de conflitos recorrentes, muitas vezes relacionados com disputas por terra e recursos entre pastores muçulmanos (Fulani) e agricultores cristãos. Líderes religiosos locais têm alertado para o que consideram ser um plano deliberado para expulsar comunidades cristãs. Perante a gravidade da situação, o Papa condenou o 'terrível massacre' e ofereceu as suas orações pelas vítimas e pela paz na Nigéria.