A organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) aplicou mais de US$ 150 milhões em milhares de iniciativas de apoio a comunidades cristãs em 137 nações ao longo de 2024. Os dados foram divulgados em um relatório financeiro recente.

Os fundos foram direcionados para diversos projetos, incluindo assistência a cristãos na Ucrânia, Oriente Médio e África, regiões que enfrentam conflitos e perseguição. O suporte também abrangeu a formação de seminaristas, sacerdotes e leigos católicos, além de financiar custos de transporte e construção de infraestruturas a serviço da Igreja.

Sediada na Alemanha, a ACN é mantida por doações e não recebe verbas governamentais. Aproximadamente 80% dos recursos foram gastos diretamente em atividades missionárias, com pouco mais de 7% para despesas administrativas e cerca de 13% em divulgação.

A organização recebeu contribuições de mais de 360.000 doadores, provenientes de 23 países distintos. Quase 85% dos gastos missionários apoiaram 5.335 projetos de ajuda em todo o mundo, enquanto os 15% restantes foram destinados a trabalhos de informação, como publicações, defesa e advocacy em favor de cristãos perseguidos.

Segundo Regina Lynch, Presidente Executiva Internacional da ACN, a generosidade dos doadores permitiu levar esperança a centenas de milhares de irmãos na fé que enfrentam perseguição, guerras e pobreza extrema. Ela ressaltou que, mesmo em meio a dificuldades pessoais, muitos atenderam ao chamado de Deus para ajudar o próximo, com o objetivo central de cada projeto sendo capacitar a Igreja a ser um instrumento do amor divino.

No total, a ACN recebeu US$ 150,4 milhões em doações em 2024 e utilizou US$ 2,4 milhões de reservas. O montante foi similar ao de 2023, quando a organização arrecadou US$ 154 milhões e usou US$ 800.000 das reservas.

A distribuição dos recursos em projetos incluiu mais de 28% para formação religiosa, quase 24% para estipêndios de Missa, cerca de 24% para obras de construção e aproximadamente 10,5% para transporte.

Em 2024, a ACN proporcionou quase 1,85 milhão de estipêndios de Missa para mais de 42.000 sacerdotes, o que equivale a uma Missa sendo celebrada a cada 17 segundos graças aos fundos da ACN. O apoio à formação alcançou quase 10.000 seminaristas (cerca de 1 em cada 11 no mundo), com grande concentração na África (mais de 5.300), seguida pela América Latina, Ásia e Europa.

Apoio a regiões em crise

A Ucrânia, impactada pela guerra, foi a maior beneficiária individual, recebendo cerca de US$ 9,1 milhões para suporte psicológico, formação de seminaristas e sustento básico de sacerdotes, além de transporte pastoral. O continente africano foi o que recebeu mais apoio, com mais de 30% dos fundos, destacando-se Nigéria e Burkina Faso. Regina Lynch apontou o rápido crescimento da Igreja na África, mas também o sofrimento com a pobreza e o crescente terrorismo jihadista.

A Ásia-Oceania recebeu a segunda maior fatia, cerca de 18,7%, com a Índia liderando com US$ 6,7 milhões, principalmente em bolsas de estudo e estipêndios de Missa. O Oriente Médio teve aproximadamente 17,5% dos fundos, ajudando cristãos no Líbano, Síria e Terra Santa a enfrentar conflitos. A América Latina representou quase 17% dos recursos e a Europa, cerca de 16%, com 1% destinado a outras regiões.