Em uma entrevista recente, o embaixador de Israel junto à Santa Sé, Yaron Sideman, justificou as ações militares de seu país contra os programas nuclear e de mísseis balísticos do Irã, declarando que Israel está, na verdade, evitando uma Terceira Guerra Mundial ao fazê-lo.
Falando sobre os ataques israelenses, Sideman descreveu a situação como a “última hora”, afirmando que Israel não teve escolha a não ser proteger-se destruindo os programas de armas iranianos. Quando questionado se essas ações aproximam o mundo de um grande conflito global, o embaixador respondeu enfaticamente que “estamos evitando uma Terceira Guerra Mundial”. Ele explicou que isso é feito ao “privar o regime mais perigoso da Terra da arma mais mortal do planeta”.
Segundo Sideman, “se não eliminarmos o programa nuclear, ele nos eliminará”. Ele destacou que, nos últimos meses, os programas iranianos aceleraram de forma “inimaginável”. O Irã teria enriquecido urânio a 60% de U-235, nível próximo ao de armas, suficiente para nove bombas atômicas, além de produzir 300 mísseis balísticos por mês para transportá-las. O embaixador citou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), indicando que o Irã está em sério descumprimento em relação ao seu programa nuclear.
Sobre o fim do conflito, Sideman afirmou que “de uma forma ou de outra, militar ou voluntariamente, ele terminará com a eliminação ou, pelo menos, com uma redução significativa dos programas nuclear e de mísseis balísticos iranianos”. Ele lembrou que o Irã é o único país membro da ONU que ameaçou repetidamente eliminar outro Estado, citando os 400 foguetes e drones disparados contra Israel sem provocação no último ano. “Não podemos viver sob tal ameaça”, disse ele.
Dirigindo-se aos cidadãos iranianos que não apoiam o regime, Sideman declarou: “Nossa luta não é com vocês”. Ele expressou profundo respeito pelo povo iraniano e simpatia por seu sofrimento, atribuindo-o ao “regime brutal que os tomou como reféns”. O embaixador expressou a esperança de que o conflito leve a um retorno às “relações amigáveis, cordiais e pacíficas que existiam antes” de 1979, quando o Irã chegou a acolher judeus fugindo da perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Após a revolução islâmica de 1979, segundo ele, o novo governo iraniano “fez de seu objetivo aniquilar o Estado de Israel”.
Enquanto isso, o Papa, em Roma, reiterou seu apelo urgente pela paz e pelo diálogo para acabar com a escalada da violência entre Israel e Irã, bem como nos conflitos em Gaza. Ele pediu que se evite “a todo custo o uso de armas” e se busque a paz por meio de instrumentos diplomáticos.
Sideman indicou que ainda não conversou longamente com o Pontífice, mas que a liberação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas é uma prioridade em sua missão. Em relação a Gaza, ele afirmou que “o sofrimento terminará no momento em que o Hamas deixar de existir como força militar e governante em Gaza”. “Queremos a paz”, concluiu Sideman. “Mesmo uma paz fria é melhor que a guerra”.