O Vaticano, por meio de uma mensagem assinada pelo Papa, expressou sérias preocupações sobre os rápidos avanços da inteligência artificial (IA), particularmente a IA generativa, e seu impacto na sociedade e na própria natureza humana. O pontífice destacou a necessidade urgente de estabelecer um "quadro ético" robusto para guiar o desenvolvimento e a aplicação dessa tecnologia.

A mensagem, enviada para uma conferência sobre inteligência artificial realizada em Roma, reconheceu o potencial da IA em áreas como saúde e pesquisa científica, mas alertou para "questões preocupantes" que surgem. Entre elas, estão as possíveis repercussões na forma como a humanidade se relaciona com a verdade, a beleza e sua capacidade única de processar a realidade.

Salientando a importância de salvaguardar a dignidade inerente de cada pessoa humana, o Papa afirmou que "reconhecer e respeitar o que é característico do ser humano é essencial" para qualquer discussão ética sobre a governança da IA. Ele pediu uma reflexão contínua que leve em conta não apenas o bem-estar material, mas também o intelectual e espiritual, respeitando as riquezas culturais e espirituais dos povos.

A mensagem ressaltou que, embora a IA possa ser usada para o bem comum e a igualdade, há um risco significativo de ser explorada para benefício próprio, em detrimento de outros, ou até mesmo para fomentar conflitos. O Papa também manifestou particular apreensão com o impacto do uso da IA no desenvolvimento de crianças e jovens, pedindo que sejam apoiados em seu caminho para a maturidade e a descoberta do verdadeiro significado da vida.

A Igreja, segundo a mensagem, deseja participar ativamente desses debates cruciais, que moldam o presente e o futuro da família humana, buscando garantir que os avanços tecnológicos sirvam ao autêntico bem da humanidade.