Uma organização ligada à Igreja Católica expressou preocupações sobre a atual situação na Faixa de Gaza, apelando ao Governo português para adotar uma abordagem consistente na condenação de violações do direito internacional em conflitos armados.

Foi sublinhado que ações como a restrição deliberada do acesso a bens essenciais, incluindo alimentos e água, e o uso da fome como tática de guerra, representam sérios crimes de guerra. A entidade defendeu que a resposta de Portugal a estas práticas na região do Médio Oriente deve ser tão firme quanto a demonstrada em relação à invasão da Ucrânia e aos crimes ali cometidos.

A manutenção de uma postura uniforme, sem a aplicação de critérios duplos, é vista como crucial para a credibilidade da União Europeia na defesa dos Direitos Humanos a nível global. A organização reiterou o apoio à solução de dois Estados como via para garantir o respeito pelos direitos de todos os povos envolvidos, considerando a justiça um pilar fundamental para a paz duradoura.

Face a recentes escaladas na região, que configuram um ciclo de retaliação e vingança, foi expressa apreensão perante um cenário internacional de regressão. Destacou-se a preocupante emergência de uma lógica de indiferença, um nacionalismo restritivo, e o aumento da hostilidade contra estrangeiros, migrantes e a islamofobia.

No contexto dos desafios atuais, a organização relembrou ainda a importância do direito ao reagrupamento familiar para os migrantes, classificando-o como um direito humano essencial que contribui significativamente para a sua integração na sociedade.