O líder da Igreja Católica, o Papa, manifestou hoje no Vaticano a sua forte condenação ao "vil ataque terrorista" que atingiu uma igreja cristã na Síria, no passado domingo, e expressou a sua solidariedade para com os cristãos que vivem no Médio Oriente.

Durante a audiência pública semanal na Praça de São Pedro, o Pontífice referiu-se ao "vil ataque terrorista" perpetrado contra a comunidade ortodoxa grega na igreja de Santo Elias, em Damasco. "Confiamos as vítimas à misericórdia de Deus e elevamos as nossas orações pelos feridos e seus familiares", disse. Dirigindo-se aos cristãos da região, acrescentou: "Estou perto de vocês, toda a Igreja está perto de vocês".

O ataque, que envolveu um homem-bomba que se fez explodir durante uma celebração litúrgica na tarde de domingo, resultou na morte de pelo menos 25 pessoas e causou mais de 60 feridos. Este incidente marca o primeiro ataque desta natureza em Damasco desde a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro de 2024.

Sublinhando a "profunda fragilidade que ainda marca a Síria após anos de conflitos e instabilidade", o Papa apelou à comunidade internacional para que "não desvie o olhar deste país", mas continue a oferecer "apoio através de gestos de solidariedade e com um renovado compromisso pela paz e pela reconciliação". Mencionou ainda que o Vaticano continua a "acompanhar com atenção e esperança os desenvolvimentos da situação no Irão, em Israel e na Palestina".

Citando uma passagem do livro de Isaías, o Papa reforçou a urgência de que "uma nação já não levantará a espada contra outra nação, já não aprenderão a arte da guerra", exortando a que se "rejeite toda lógica de prepotência e vingança e que se escolha com determinação o caminho do diálogo, da diplomacia e da paz".

Em Damasco, o presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, expressou na segunda-feira "profundas condolências e sincera solidariedade às famílias das vítimas" e desejou rápida recuperação aos feridos. Sublinhou que este "crime hediondo" recorda "a importância da solidariedade e da unidade" para enfrentar as ameaças à segurança e estabilidade do país.