Bispos japoneses sobre bombas atômicas: ‘Essa tragédia não deve se repetir’

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26/jun/2025

A Conferência Episcopal Católica do Japão, destacando-se como a única representação episcopal de um país que vivenciou bombardeios atômicos em tempos de guerra, fez um apelo urgente à comunidade internacional para a eliminação definitiva das armas nucleares no ano de 2025.

Em um comunicado emitido em 20 de junho, os prelados escreveram: "Ao marcarmos o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, carregamos profundamente em nossos corações a história pesada e a dor sofrida pelos sobreviventes da bomba atômica e pelos cidadãos de Hiroshima e Nagasaki, e declaramos nosso forte compromisso com a abolição das armas nucleares".

Hiroshima foi o local do primeiro ataque atômico da história, em 6 de agosto de 1945, seguido por Nagasaki três dias depois. Esses ataques resultaram em um número estimado de 140.000 mortes em Hiroshima e 74.000 em Nagasaki até o final de 1945.

Nos anos seguintes, muitos sobreviventes enfrentaram doenças graves como leucemia e cânceres, entre outros efeitos devastadores da radiação.

Em sua "Declaração sobre a Abolição de Armas Nucleares 2025", os bispos japoneses prometeram "transmitir a realidade dos bombardeios atômicos ao mundo e declarar a desumanidade das armas nucleares", além de "estar em solidariedade com movimentos nacionais e internacionais pela abolição de armas nucleares e promover ações para atingir esse objetivo".

A declaração surge em um contexto de tensões elevadas no Oriente Médio, especialmente em relação às capacidades nucleares do Irã. Dois dias após o comunicado, os Estados Unidos realizaram ataques aéreos contra instalações nucleares iranianas. Embora um cessar-fogo tenha sido alcançado, a situação na região continua incerta.

"A existência de armas nucleares representa uma séria ameaça a toda a vida, pois degrada a dignidade dos seres humanos e o mundo que Deus criou para ser muito bom", afirmaram os bispos, instando a comunidade global a recordar as vidas perdidas em 1945 e ressaltando que "Essa tragédia não deve ser repetida".

Eles apontaram que as sequelas dos bombardeios persistem e que a destruição ambiental causou um "enorme impacto negativo nos ecossistemas globais".

Os bispos criticaram veementemente a doutrina da dissuasão nuclear, considerando-a "ineficaz". "O conceito de dissuasão nuclear não é apenas um meio ineficaz de resolver conflitos, mas também mergulha o mundo em um 'dilema de segurança' que, na realidade, empurra o mundo para a beira da guerra nuclear. Não podemos tolerar esse tipo de pensamento", escreveram.

Concluindo, declararam: "O uso de armas nucleares como meio de intimidação em qualquer situação de conflito nunca deve ser tolerado sob o direito e normas internacionais. Como seguidores do Evangelho de Cristo, exortamos fortemente a completa abolição de armas nucleares a fim de alcançar a paz através do diálogo e proteger a vida e a dignidade de todas as pessoas".

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