A comunidade cristã na Síria se reuniu para funerais solenes em diversas igrejas, expressando profunda tristeza e forte indignação, pelas vítimas do ataque terrorista que atingiu a Igreja de Santo Elias, na capital, Damasco. O atentado, ocorrido no domingo, 22 de junho de 2025, resultou na morte de 25 pessoas e deixou dezenas feridas.

O principal serviço fúnebre para a maioria dos falecidos foi realizado na terça-feira, 24 de junho, na Igreja da Santa Cruz, no distrito de Qassaa, em Damasco. A cerimônia contou com a presença de importantes líderes das Igrejas Ortodoxa Grega, Católica Greco-Melquita e Católica Síria, além de numerosos bispos, sacerdotes e uma grande multidão de fiéis de diferentes denominações.

Em meio ao luto, cresceu a raiva e a frustração entre os cristãos sírios devido à percepção de uma resposta oficial inadequada por parte do governo. Houve críticas significativas pela ausência de uma declaração de luto nacional, pelo não hasteamento das bandeiras a meio mastro e, especialmente, pela relutância das autoridades e da mídia estatal em se referir às vítimas como "mártires".

Líderes religiosos expressaram publicamente sua decepção. Um metropolita grego ortodoxo dirigiu uma mensagem ao Presidente, manifestando o desejo de ouvir palavras de conforto que honrassem os mortos e mostrassem igualdade de tratamento para todos os cidadãos sírios. De forma similar, um bispo católico greco-melquita criticou a recusa em usar o termo "mártires", insistindo que aqueles que perderam a vida no ataque o são, independentemente da aprovação oficial.

Jornalistas e ativistas cristãos sugeriram que a hesitação do governo em usar certas terminologias decorria de sensibilidades ideológicas. Embora um alto funcionário do governo tenha oferecido condolências por telefone, a comunidade e seus líderes sentiram que a magnitude da tragédia exigia mais do que simples palavras. O Papa, por sua vez, manifestou profunda tristeza pelo ataque e assegurou suas orações pelas vítimas e suas famílias.