Em 2024, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) mobilizou um volume impressionante de recursos em demonstração de solidariedade internacional. A organização pontifícia arrecadou um total de 139,3 milhões de euros em doações e legados, refletindo a confiança e o apoio contínuo de seus benfeitores ao redor do mundo. Com a adição de 2,2 milhões de euros de reservas, a AIS conseguiu financiar projetos no valor total de 141,5 milhões de euros.

Este apoio financeiro, proveniente de quase 360 mil doadores em 23 países, possibilitou a realização de 5.335 projetos em 137 nações, ajudando comunidades cristãs que enfrentam perseguição, conflitos ou pobreza. A independência da fundação é assegurada por não aceitar financiamento governamental.

A distribuição da ajuda em 2024 destacou a Ucrânia como o país mais assistido pelo terceiro ano consecutivo, recebendo 8,4 milhões de euros. Líbano (7,4 milhões) e Índia (6,7 milhões) seguiram-se na lista de maiores beneficiários por país. Em termos geográficos, África foi o continente que recebeu a maior fatia do apoio, com quase um terço dos fundos, dada a crescente perseguição e pobreza em países como Nigéria e Burkina Fasso. Ásia-Oceânia e Médio Oriente também foram regiões com suporte significativo, com a Índia, Líbano, Síria e Terra Santa entre os principais focos.

Os projetos apoiados pela AIS abrangem diversas áreas essenciais. Foram concedidos cerca de 1,85 milhões de estipêndios de missa para 42.252 sacerdotes, um recorde na história da fundação. Quase 10 mil seminaristas receberam apoio para a sua formação, representando uma proporção considerável de todos os seminaristas no mundo. Mais de 750 projetos de construção foram financiados, e 10,5% da ajuda foi destinada a garantir transporte para agentes pastorais, incluindo a aquisição de 1141 veículos de vários tipos. A ajuda de emergência constituiu cerca de 10,7% das despesas.

Em Portugal, a solidariedade dos benfeitores da AIS também se manifestou de forma significativa, com angariações que atingiram 3 milhões e 940 mil euros, representando um aumento de 4% em relação ao ano anterior. A direção nacional da fundação ressalta a generosidade dos portugueses que, muitas vezes enfrentando as suas próprias dificuldades, continuam a apoiar a "Igreja perseguida" em todo o mundo.

Este relatório anual sublinha o impacto vital da solidariedade global na missão da AIS de levar esperança e apoio concreto a comunidades cristãs em necessidade, permitindo que a Igreja continue a sua ação pastoral e social em contextos desafiadores.