MENU

Filoteia – Introdução a Vida Devota

O livro "Filoteia, ou, Introdução à vida devota" é uma obra de São Francisco de Sales.
Sobre o que o livro fala: De modo geral, o livro é uma introdução à vida devota. O objetivo de São Francisco de Sales é ser útil para aqueles que precisam viver no meio do mundo e que, por isso, muitas vezes pensam que não podem aspirar à devoção. Ele busca mostrar que a devoção é possível e útil para todas as pessoas, em todas as circunstâncias da vida. A obra é dirigida a "Filoteia", que significa "uma alma que ama a Deus". A devoção verdadeira é apresentada como o mais perfeito amor a Deus, manifestado na prontidão, atividade e diligência em observar os mandamentos divinos e praticar boas obras.
Principais assuntos tratados no livro: A obra é dividida em cinco partes, abordando diversos aspectos da vida devota:
- Parte I – Avisos e exercícios necessários para conduzir uma alma à vontade resoluta e sincera de abraçar a vida devota:
- Define a natureza, propriedades e excelência da devoção, destacando que ela é útil a todos os estados e circunstâncias da vida.
- Enfatiza a necessidade de um diretor espiritual para entrar e progredir nos caminhos da devoção, pois ele oferece orientação, consolo e ajuda na purificação da alma.
- Aborda a necessidade de purificação da alma, primeiramente dos pecados mortais através da confissão geral, e em seguida de toda afeição ao pecado venial e até mesmo das imperfeições naturais.
- Propõe meditações para auxiliar na purificação, incluindo temas como a criação e o fim do homem, os benefícios de Deus, os pecados, a morte, o último juízo, o inferno e o paraíso.
- Inclui uma Protestação da alma a Deus para confirmar uma resolução inabalável de servi-lo, a ser feita após a confissão geral e seguida da sagrada comunhão.
- Parte II – Diversos avisos para elevar a alma a Deus por meio da oração e da recepção dos sacramentos:
- Destaca a necessidade da oração, em especial a oração mental focada na vida e paixão de Jesus Cristo.
- Oferece um método breve de meditação, incluindo a preparação (colocar-se na presença de Deus, invocar o auxílio divino e propor um mistério), as considerações, e os afetos e resoluções.
- Orienta sobre a conclusão da meditação, com agradecimento a Deus, oferecimento e oração, e a importância de recolher um "ramalhete espiritual".
- Aborda a aridez espiritual na meditação, sugerindo como lidar com a falta de prazer ou consolo.
- Apresenta a oração da manhã como preparação para o dia e a oração da noite e exame de consciência.
- Incentiva o recolhimento espiritual, buscando a solidão interior do coração no dia a dia.
- Explica a importância das aspirações ou orações jaculatórias (orações breves e ardentes) e bons pensamentos.
- Discorre sobre a Santa Missa e a Comunhão frequente, considerando-as o "sol para os outros astros" dos exercícios de piedade e a "alma da piedade". Enfatiza que a comunhão frequente, sob a direção de um padre espiritual, torna a alma "bela e boa, pura e santa".
- Parte III – Avisos necessários para a prática das virtudes:
- Orienta sobre a escolha das virtudes, priorizando aquelas essenciais à vocação de cada um e as mais excelentes em detrimento das mais aparatosas.
- Trata da paciência, que deve ser estendida a todos os sofrimentos, honrosos ou ignominiosos, e praticada com tranquilidade e resignação.
- Detalia a humildade, tanto nas ações exteriores quanto na interior, considerando-a o "terror de satanás" e fundamental para a perfeição.
- Aborda a mansidão no trato com o próximo e consigo mesmo, combatendo a cólera e buscando a brandura.
- Discute a importância de tratar dos negócios com cuidado, mas sem inquietação ou ansiedade.
- Trata da obediência, tanto necessária (a superiores eclesiásticos e civis) quanto voluntária (a um diretor espiritual).
- Enfatiza a necessidade e conservação da castidade em todos os estados de vida (matrimônio, viuvez, virgindade), comparando-a ao lírio entre as virtudes.
- Fala do espírito de pobreza, tanto na posse de riquezas (desapego) quanto na condição real de pobreza (aceitação e virtude).
- Aborda a amizade em geral e suas espécies, distinguindo as amizades vãs e perigosas das verdadeiras e santas amizades, que são fundamentadas na virtude e no amor a Deus.
- Discute a mortificação exterior, como jejuns e disciplinas, sempre com moderação e sob a direção espiritual.
- Trata da sociedade e solidão, defendendo um equilíbrio e a busca por conversas úteis e devotas.
- Aborda a decência dos vestidos, a importância da limpeza, modéstia e simplicidade.
- Orienta sobre as conversas, especialmente como falar de Deus com respeito e caridade, a honestidade das palavras e o respeito ao próximo, evitando juízos temerários e a maledicência.
- Discorre sobre os divertimentos, diferenciando os honestos e lícitos dos proibidos e perigosos, e quando se pode jogar ou dançar com moderação.
- Enfatiza a fidelidade devida a Deus tanto nas coisas pequenas como nas grandes.
- Incentiva a ter um espírito justo e razoável em todas as ações e julgamentos.
- Trata dos desejos, aconselhando a não desejar o mal ou o perigoso, e a regular os desejos espirituais e mundanos.
- Oferece avisos específicos para casados, viúvas e virgens, sobre amor recíproco, fidelidade, educação dos filhos, castidade, e desapego do mundo.
- Parte IV – Avisos necessários contra as tentações mais comuns:
- Prepara o leitor para as dificuldades da vida devota, como as críticas e adulações do mundo, e a necessidade de coragem e firmeza.
- Explica a natureza das tentações, distinguindo entre sentir e consentir, e como as tentações e deleitações podem se tornar pecados.
- Oferece meios contra as grandes e pequenas tentações, como recorrer a Deus, abraçar a cruz, e abrir o coração ao diretor espiritual.
- Apresenta modos de fortificar o coração contra as tentações, praticando a virtude contrária à paixão dominante.
- Aborda a inquietação como fonte de tentações e a tristeza (boa ou má), oferecendo remédios como a oração, a luta contra a inclinação à tristeza, e a confissão ao diretor.
- Ensina a lidar com as consolações espirituais e sensíveis, a serem recebidas com humildade e usadas para a prática do bem, e as securas e esterilidades espirituais, que devem levar à humildade e abandono à Providência Divina.
- Parte V – Avisos e exercícios necessários para renovar e conservar a alma na devoção:
- Ressalta a necessidade de renovar anualmente os bons propósitos, comparando a alma a um relógio que precisa de corda e limpeza.
- Propõe um exame do estado da alma em relação a Deus, a si mesma e ao próximo.
- Finaliza com afetos gerais após o exame e considerações próprias para renovar os bons propósitos, com ênfase na excelência da alma, no exemplo dos santos e no amor de Jesus Cristo.
- Oferece três avisos importantes para terminar a introdução, incluindo a renovação mensal da protestação, a declaração manifesta do desejo de ser devoto e a perseverança no propósito.
Em resumo, o livro de São Francisco de Sales é um guia prático e abrangente para a vida espiritual, com um enfoque na devoção como o amor a Deus que se manifesta na vida cotidiana, oferecendo métodos de oração, prática de virtudes e resistência às tentações, tudo sob a direção espiritual, visando a perfeição e a união com Deus.