Há a tendência a não dar um lugar adequado à literatura na formação dos seminaristas. O Papa Francisco quer uma mudança radical desta atitude e por isso escreveu uma Carta sobre o papel da literatura na educação, ilustrando as vantagens da literatura no processo de maturação de todos os cristãos. O Programa “África em Clave Cultural” deu a palavra aos autores, Ondina Ferreira e Filinto Elísio e ao P. José Álvaro, Reitor do Seminário São José, na Praia, para comentar essa Carta.
Dulce Araújo – Vatican News
A escritora e professora jubilada, Ondina Ferreira, considera a Carta do Papa Francisco sobre o papel da literatura na educação profunda, abrangente, tocante, tal como fora, aliás, a sua Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”. Pelas vantagens da literatura posta em evidência pelo Papa, pela ligação que estabelece entre literatura e cristianismo, pelo papel ativo que a Carta atribui ao leitor no contacto com livro e pela abertura à diversidade cultural que a literatura proporciona, por todas estas razões, Ondina Ferreira recomendaria aos seus colegas professores em ativo a leitura desta Carta do Papa que, remata, “é um texto duma profundidade e abrangência extraordinárias”
Também Filinto Elísio, poeta, ensaísta, editor (Rosa de Porcelana Editora) mostra-se feliz por o Papa Francisco, que já tinha encontrado os artistas da comicidade (e não só) dar agora atenção ao livro, como que a procurar também na arte um caminho novo para se encontrar a desejada harmonia para este mundo em crise. E enaltece o facto de o Papa ver no livro um elemento fundamental de humanização, de conhecimento do outro, de discernimento e de acolhimento da Voz através das vozes, enfim de preparação de sacerdotes para a sociedade atual . É a valorização dos agentes da literatura (escritores, leitores), algo que já se intuía, mas que ditas pelo Papa, assumem outra dimensão – sublinha este poeta que, na linha do Santo Padre, sente-se envolvido, como produtor cultural, nesta mesma causa: a procura de um novo pacto de vivência global.
A principal preocupação do Papa ao escrever a Carta sobre o papel da literatura na educação é fazer com que se passe a dar um lugar adequado à literatura na formação daqueles que se destinam ao ministério ordenado. Por isso, a Carta é destinada de modo particular aos formadores de futuros sacerdotes e aos seminaristas, sem excluir outras pessoas. O programa “África em Clave Cultural: personagens e eventos” quis então ver, por exemplo, qual é a situação deste ponto de vista no Seminário Diocesano São José, na cidade da Praia, em Cabo Verde, interpelando o seu Reitor, P. José Álvaro Borja. Ele sublinhou que o que fazem é criar nos seminaristas hábitos de leitura. E a Carta do Papa que traz aspetos que eles não tinham em consideração vai ser de muita utilidade nesse processo.
Fonte (Vatican News)
Estamos reproduzindo um artigo do site Vatican news.
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