Evangelho e palavra do dia 01 março 2025
Leitura do Livro do Eclesiástico
17,1-13 (gr.1-15)
Da terra Deus criou o homem,
e o formou à sua imagem.
E à terra o faz voltar novamente,
embora o tenha revestido de poder,
semelhante ao seu.
Concedeu-lhe dias contados e tempo determinado,
deu-lhe autoridade
sobre tudo o que está sobre a terra.
Em todo ser vivo infundiu o temor do homem,
fazendo-o dominar sobre as feras e os pássaros.
Deu aos homens discernimento,
língua, olhos, ouvidos,
e um coração para pensar;
encheu-os de inteligência e de sabedoria.
Deu-lhes ainda a ciência do espírito,
encheu o seu coração de bom senso
e mostrou-lhes o bem e o mal.
Infundiu o seu temor em seus corações,
mostrando-lhes as grandezas de suas obras.
Concedeu-lhes que se gloriassem de suas maravilhas,
louvassem o seu Nome santo
e proclamassem as grandezas de suas obras.
Concedeu-lhes ainda a instrução
e entregou-lhes por herança a lei da vida.
Firmou com eles uma aliança eterna
e mostrou-lhes sua justiça e seus julgamentos.
Seus olhos viram as grandezas da sua glória
e seus ouvidos ouviram a glória da sua voz.
Ele lhes disse:
“Tomai cuidado com tudo o que é injusto!”
E a cada um deu mandamentos
em relação ao seu próximo.
Os caminhos dos homens estão sempre diante do Senhor
e não podem ficar ocultos a seus olhos.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos
10,13-16
Naquele tempo,
traziam crianças para que Jesus as tocasse.
Mas os discípulos as repreendiam.
Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse:
“Deixai vir a mim as crianças.
Não as proibais,
porque o Reino de Deus
é dos que são como elas.
Em verdade vos digo:
quem não receber o Reino de Deus como uma criança,
não entrará nele”.
Ele abraçava as crianças
e as abençoava, impondo-lhes as mãos.
Palavra da Salvação.
Comentário
«Quem não receber o reino de Deus como uma criancinha, não entrará nele» (Mc 10, 15).
Eis a novidade: o discípulo deve não só servir os mais pequeninos, mas também reconhecer-se como pequeno.
[…] É o primeiro passo para nos abrirmos a Ele. No entanto, esquecemo-nos frequentemente disto. Na prosperidade, no bem-estar, temos a ilusão de sermos autossuficientes, de bastarmos a nós próprios, de não precisarmos de Deus.
[…] isto é um engano, pois cada um de nós é um ser necessitado, um pequenino. Devemos procurar a nossa própria pequenez e reconhecê-la. E nisto encontraremos Jesus. Na vida, reconhecer-se pequeno é um ponto de partida para se tornar grande. Se pensarmos nisto, crescemos não tanto com base nos sucessos e nas coisas que temos, mas sobretudo nos momentos de luta e fragilidade.
Na necessidade, amadurecemos; abrimos o coração a Deus, aos outros, ao sentido da vida. Abrimos os olhos aos outros. Abrimos os olhos, quando somos pequenos, para o verdadeiro sentido da vida. Quando nos sentimos pequenos face a um problema, pequenos diante de uma cruz, de uma doença, quando sentimos fadiga e solidão, não desanimemos.
A máscara da superficialidade está a cair e a nossa fragilidade radical está a reemergir […]
Na verdade, é precisamente na fragilidade que descobrimos quanto Deus se preocupa conosco. (Angelus de 3 de outubro de 2021)