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Por Almudena Martínez-Bordiú

26 de ago de 2024 às 10:10

O papa Francisco recebeu hoje (26) no Vaticano os familiares das vítimas da explosão ocorrida no porto de Beirute, capital do Líbano, em 2020.

No Palácio Apostólico, o papa disse aos familiares que rezou “muito” pelas vítimas dessa grave explosão causada por um incêndio num armazém abandonado onde estava armazenado um carregamento de 2,75 mil toneladas de nitrato de amônio, que matou 200 pessoas e feriu mais de 4 mil.

Em seu discurso, o papa falou sobre as pessoas que morreram e disse que “o Pai Celeste conhece os seus rostos, um a um, estão diante dele”, e lembrou especialmente a “pequena Alexandra”, vítima dessa tragédia.

Em seguida, Francisco apelou à “verdade e à justiça” e sublinhou que a questão “é complicada e espinhosa”, uma vez que “poderes e interesses conflituosos” pesam sobre ela.

“Mas a verdade e a justiça devem prevalecer sobre tudo. Passaram-se quatro anos. O povo libanês, e vocês por primeiro, têm direito a palavras e fatos que demonstrem responsabilidade e transparência”, disse o papa.

As palavras do papa Francisco referem-se à falta de clareza das autoridades e à falta de ajuda e indenização às famílias das vítimas.

"Com vocês sinto a dor de ver novamente, a cada dia, tantos inocentes morrerem devido à guerra em sua região, na Palestina, em Israel, e o Líbano está pagando um alto preço", lamentou.

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“Com vocês, imploro do Céu a paz que os homens custam a construir na terra. Imploro-vos pelo Oriente Médio e pelo Líbano. O Líbano é e deve continuar a ser um projeto de paz”, disse o papa.

Segundo o papa, a vocação do país é ser uma terra “onde coexistam diversas comunidades, colocando o bem comum acima das vantagens individuais, onde diferentes religiões e confissões se encontrem em fraternidade”.

Da mesma forma, Francisco expressou a proximidade de toda a Igreja e agradeceu a ajuda que recebem dos seus pastores.

“Vocês não estão sós e não os deixaremos sós, mas permaneceremos solidários através da oração e da caridade concreta”, sublinhou.

Poucos dias depois da explosão, o papa Francisco fez uma doação de € 250 mil (mais de R$ 1,53 milhão) à Igreja no Líbano para atender às necessidades das pessoas afetadas.

“Em vocês vejo a dignidade da fé, a nobreza da esperança. Os cedros, símbolo do país, são um convite a elevar o olhar ao Céu, em Deus está a nossa esperança, aquela que não desilude”, continuou.

Por fim, o papa pediu que Nossa Senhora, desde seu santuário em Harissa, onde se encontra a imagem de Nossa Senhora do Líbano, “sempre proteja vocês e o povo libanês”.

Almudena Martínez-Bordiú é uma jornalista espanhola correspondente da ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em Roma e no Vaticano, com quatro anos de experiência em informação religiosa.

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Fonte: Aci Digital