Revista de maio de detentos de Roma presta homenagem ao Papa Francisco
A edição de maio do boletim informativo “Non tutti sanno” (Nem todos sabem), produzido pelos detentos da Casa de Reclusão de Rebibbia, um dos principais
18 de ago de 2024 às 14:54
Foram beatificados hoje (18), quatro mártires na República Democrática do Congo: três missionários xaverianos italianos e um padre congolês, assassinados por ódio à fé há 60 anos
Depois da oração do Angelus de hoje, no Vaticano, o papa Francisco recordou a beatificação dos padres missionários xaverianos Luigi Carrara, Giovanni Didoné e do irmão Vittorio Faccin, juntamente com o padre Albert Joubert, mortos no país africano em 28 de novembro de 1964.
"O seu martírio foi a coroação de uma vida dedicada ao Senhor e aos irmãos e irmãs. Que seu exemplo e sua intercessão favoreçam caminhos de reconciliação e paz para o bem do povo congolês. Aplaudamos os novos beatos”, exclamou o papa.
O arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo cardeal Fridolin Ambongo Besungu, membro do Conselho de Cardeais que assessoram o papa, celebrou a missa de beatificação dos mártires na praça em frente à catedral de São Paulo, em Uvira.
Segundo o Vatican News, a missa foi concelebrada pelo bispo de Uvira, dom Sébastien-Joseph Muyengo, pelo núncio apostólico na República Democrática do Congo, dom Mitja Leskovar, pelo superior geral dos Missionários Xaverianos, padre Fernando Garcia e pelo postulador da causa de beatificação dos mártires, padre Faustino Turco.
“Ao declarar oficialmente uma pessoa beata, como está acontecendo hoje, a Igreja reconhece e confessa que a morte física não venceu e que Deus não abandonou os seus servos”, afirmou o cardeal Ambongo em sua homilia, na qual enfatizou que “os mártires não caem do céu. E também não são seres extraordinários, mas cristãos como você e eu”.
A única diferença, disse, é que viveram a sua fé de uma forma excecional, “mostrando fidelidade a Deus e à sua palavra, em um ambiente por vezes hostil”.
O cardeal observou que os novos mártires viveram no meio da rebelião de 1960. Tiveram a possibilidade de sair do país para se livrar da perseguição, mas os quatro preferiram “dar testemunho da sua fraternidade evangélica, permanecendo junto dos seus fiéis em Fizi e Baraka, até o derramamento de sangue”.
“Estou convencido de que o sangue dos nossos beatos mártires nos trará o dom da paz”, continuou o cardeal, que exortou: “Basta de violência! Basta de barbaridades! Basta de assassinatos e mortes em solo congolês e na sub-região dos Grandes Lagos! A violência e as guerras são fruto da irreflexão”.
Observando que as guerras “são obra do diabo e dos seus acólitos que semeiam a desolação e a morte”, o cardeal pediu o diálogo e a negociação para resolver os atuais conflitos na região.
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Em 1960, a República Democrática do Congo tornou-se independente depois de 60 anos da dominação belga. Em 1963, depois da execução do primeiro-ministro, Patrice Lumumba, Pierre Mulele, que havia sido ministro do governo de Lumumba, voltou ao país depois de ter sido doutrinado na China.
Os seus guerrilheiros professavam a religião tradicional de ritos tribais e animistas; e estavam convencidos de que a Igreja Católica e os políticos congoleses pró-ocidentais eram o inimigo, motivo pelo qual saquearam locais de culto e profanaram santuários em vários lugares, além de cometerem crimes terríveis, incentivados por xamãs locais.
Neste clima profundamente anti-católico e antirreligioso, os quatro mártires decidiram ficar para evangelizar os congoleses, enquanto muitos outros abandonaram o país, explica o Vatican News.
Às 14h do dia 28 de novembro de 1964, um jipe militar estacionou em frente à paróquia do Imaculado Coração de Jesus, em Baraka. No carro estava um dos chefes rebeldes, Abedi Masanga, que pediu ao irmão Vittorio Faccin para entrar no jipe. O missionário recusou e foi morto.
Ao ouvir os disparos, o padre Luigi Carrara saiu da igreja e recebeu ordens para entrar no jipe, mas como o irmão Vittorio estava morto, ajoelhou-se e disse a Masanga: “Se queres matar-me, prefiro morrer com o meu irmão”. O líder rebelde matou-o sem hesitar.
Os corpos dos dois missionários foram desmembrados. Masanga dirigiu-se depois a Fizi e, à noite, foi à paróquia dos missionários onde matou os padres Giovanni e Albert.
O irmão Vittorio Faccin tinha 30 anos. Dedicou-se especialmente aos doentes e aos menos favorecidos. O padre Luigi Carrara, de 31 anos, era caracterizado pela sua coragem e pela sua profunda fé e, em Baraka, dedicou-se à educação e ao acompanhamento espiritual.
O padrre Giovanni, de 34 anos, “distinguiu-se pelo seu serviço incansável e pelo seu amor aos mais necessitados. Em Fizi, foi um pilar de referência para muitos e também um guia espiritual”, relata o Vatican News.
O padre Albert Joubert trabalhou em várias dioceses e depois decidiu colaborar em Fizi, “sempre pronto a enfrentar as adversidades, a sua principal atividade foi a pastoral escolar”, informou a imprensa do Vaticano.
O Vatican News afirma que esta é a segunda beatificação na República Democrática do Congo, depois da beatificação de 1985 da irmã Marie-Clémentine Anuarite Nengapeta, assassinada em 1º de dezembro de 1964, três dias depois da morte dos quatro novos mártires.
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