O prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, cardeal José Tolentino de Mendonça, falou dos artistas como “guardiães das bem-aventuranças” na missa que celebrou hoje (16) em lugar do papa Francisco, que está internado desde sexta-feira no Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, com bronquite. A homilia lida pelo cardeal português foi escrita pelo papa, segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé.
“O artista é aquele que tem a tarefa de ajudar a humanidade a não perder o rumo, a não perder o horizonte da esperança”, leu o cardeal na missa do Jubileu dos Artistas, o terceiro grande evento dos 36 previstos durante o Ano Santo, que terminará a 6 de janeiro de 2026.
“Vós, artistas e homens de cultura, sois chamados a ser testemunhas da visão revolucionária das Bem-Aventuranças”, disse a homilia do papa. “A vossa missão não é apenas criar beleza, mas revelar a verdade, a bondade e a beleza escondidas nas dobras da história, dar voz a quem não tem voz e transformar a dor em esperança”.
De acordo com a Sala de Imprensa da Santa Sé, o Pontífice foi hospitalizado para exames de diagnóstico e continuar o seu tratamento em ambiente hospitalar. Foi-lhe recomendado repouso absoluto, o que também o impediu de rezar o Ângelus de domingo.
A audiência jubilar com várias personalidades do mundo da arte e do espetáculo, prevista para ontem (15), foi cancelada, assim como a visita de Francisco aos estúdios da Cinecittà, em Roma, que estava prevista para segunda-feira, 17 de fevereiro.
Na homilia lida pelo cardeal Mendonça, o papa disse às pessoas ligadas ao mundo da arte que “a verdadeira esperança está entrelaçada com o drama da existência humana. Não é um refúgio cômodo, mas um fogo que arde e ilumina, como a Palavra de Deus”.
A arte autêntica é sempre “um encontro com o mistério, com a beleza que nos ultrapassa, com a dor que nos interpela, com a verdade que nos chama”.
A homilia disse ainda que, perante a “crise complexa”, sobretudo da alma, que o mundo vive hoje, é necessário interrogar: “Somos peregrinos ou errantes? Caminhamos com um objetivo ou estamos dispersos, a vaguear?”
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A homilia citou o poeta britânico Gerard Manley Hopkins dizendo que a missão do artista é “descobrir e revelar essa grandeza escondida, torná-la visível aos nossos olhos e aos nossos corações”.
O trabalho dos artistas deve “iluminar o caminho” da humanidade para ajudar a distinguir “aquilo que é como ‘palha soprada pelo vento’ daquilo que é sólido ‘como uma árvore plantada à beira da água’ e capaz de dar frutos”, afirmou o papa mna homilia lida citando o salmo 1.
“Caros artistas, vejo em vós guardiães da beleza, uma beleza que sabe inclinar-se perante as feridas do mundo, que sabe escutar o grito dos pobres, dos que sofrem, dos feridos, dos presos, dos perseguidos, dos refugiados”, afirmou.
A arte não é um luxo
O cardeal, sempre lendo o que o papa escreveu, observou que hoje “se constroem novos muros” e “as diferenças se tornam um pretexto para a divisão e não uma ocasião para o enriquecimento mútuo”. O papa pediu aos homens e mulheres da cultura que “construam pontes, criem espaços de encontro e de diálogo, iluminem as mentes e incendeiem os corações”.
“A arte não é um luxo, mas uma necessidade do espírito”, disse o papa. “Não é uma fuga, mas uma responsabilidade, um convite à ação”.
Assim, “educar para a beleza é educar para a esperança”, que nunca está separada “do drama da existência”.
Por fim, o cardeal apelou aos artistas para que nunca deixem de se questionar e de correr riscos porque, disse, “a verdadeira arte nunca é cômoda: oferece a paz da inquietação”.
Victoria Cardiel é jornalista especializada em temas de informação social e religiosa. Desde 2013, ela cobre o Vaticano para vários veículos, como a agência de noticias espanhola Europa Press, e o semanário Alfa y Omega, da arquidiocese de Madri (Espanha).
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