“A prática do culto não leva automaticamente a ser compassivo. Com efeito, antes de ser uma questão religiosa, a compaixão é uma questão de humanidade”, disse Leão XIV hoje (28) na segunda audiência-geral de seu pontificado, na qual refletiu sobre a parábola do Bom Samaritano.
No início de sua catequese, dirigida aos fiéis reunidos na praça de São Pedro, o papa disse que as parábolas do Evangelho dão uma oportunidade "para mudar de perspectiva e para nos abrirmos à esperança".
A falta de esperança, disse o papa, às vezes se deve “ ao fato de estarmos fixados numa certa forma rígida e fechada de ver as coisas”, e as parábolas “nos ajudam a vê-las de outro ponto de vista”.
Leão XIV disse que Jesus propôs essa parábola a um doutor da lei que lhe perguntou: Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna? (cf. Lc 10,25-37), e então Jesus o convidou a amar o próximo.
“A prática da adoração não leva automaticamente à compaixão”
A parábola do Bom Samaritano se passa num caminho “difícil e intransitável, como a vida”, disse o papa. De fato, o homem que a atravessa “é atacado, espancado, roubado e deixado meio morto”.
“É a experiência que ocorre quando as situações, as pessoas, às vezes até aqueles em quem confiamos, nos tiram tudo e nos deixam no meio do caminho”, enfatizou Leão XIV.
O papa disse então que “a vida é feita de encontros, e nesses encontros nos revelamos quem somos”.
“Encontramo-nos perante o outro, perante a sua fragilidade e a sua fraqueza e podemos decidir o que fazer: cuidar dele ou fingir que nada acontece”, disse também Leão XIV.
O papa disse que o sacerdote e o levita desceram pela mesma estrada e não pararam para ajudá-lo.
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A pressa nos impede de sentir compaixão
O papa também enfatizou que "a pressa, tão presente na nossa vida, que muitas vezes nos impede de sentir compaixão” e que “aquele que pensa que a sua própria viagem deve ter prioridade não está disposto a parar por um outro".
No entanto, o samaritano, que pertencia a um povo desprezado, decidiu parar e ajudar o homem. Assim, Leão XIV enfatizou que "a religiosidade não tem nada a ver com isso” e que o samaritano para “simplesmente porque é um homem diante de outro homem que precisa de ajuda".
Ele disse também que a compaixão “exprime-se através de gestos concretos”, dizendo que o samaritano “porque se se quer ajudar alguém não se consegue pensar em manter a distância, é preciso envolver-se, sujar-se, talvez se contaminar”.
“Só ajudamos verdadeiramente se estivermos dispostos a sentir o peso da dor do outro”, disse o papa.
"Queridos irmãos e irmãs, quando é que nós também seremos capazes de parar a nossa viagem e ter compaixão? Quando compreendermos que aquele homem ferido na estrada representa cada um de nós. E então a recordação de todas as vezes que Jesus parou para cuidar de nós, vai nos tornar mais capazes de sentir compaixão", disse também Leão XIV.
Por fim, o papa exortou os fiéis a rezarem para "crescer em humanidade, para que as nossas relações sejam mais verdadeiras e ricas em compaixão".
“Peçamos ao Coração de Cristo a graça de ter cada vez mais os Seus próprios sentimentos”, concluiu Leão XIV.
Depois de saudar os peregrinos de diferentes países, o papa entoou a oração do Pai Nosso em latim e deu a sua bênção aos fiéis presentes, que ouviram atentamente, apesar das altas temperaturas e do intenso sol da primavera romana.
Almudena Martínez-Bordiú é uma jornalista espanhola correspondente da ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em Roma e no Vaticano, com quatro anos de experiência em informação religiosa.
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