“Só vamos conseguir romper com a intolerância religiosa, com o racismo religioso, se a gente romper, de fato, com o processo, o projeto racista presente na nossa sociedade”, disse à ACI Digital o cônego Lázaro Muniz, coordenador da Comissão Arquidiocesana para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da arquidiocese de Salvador (BA).

O cônego representou o catolicismo na audiência pública do Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) que discutiu na segunda-feira (27) “medidas para garantir o respeito e a proteção do patrimônio cultural das religiões de matriz africana”, segundo o MPBA.

A audiência foi convocada para subsidiar a atuação do MPBA no inquérito civil que apura se a cantora Cláudia Leitte gerou danos morais à honra e dignidade das religiões de matriz africana. A cantora, que é evangélica, substituiu o verso “saudando a rainha Iemanjá” da música “Caranguejo”, cantada por ela, por “eu canto meu rei Yeshua“, que é Jesus em hebraico.