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8 de jan de 2025 às 09:23
O papa Francisco dedicou hoje (8) sua catequese na primeira audiência geral deste ano a refletir sobre as crianças e a “praga do trabalho infantil”.
“Temos dificuldade em olhar nos olhos de uma criança que foi deixada à margem e que é explorada e abusada”, disse o papa aos fiéis reunidos na Aula Paulo VI, no Vaticano. “O século que gera inteligência artificial, ainda não ultrapassou a chaga da infância humilhada, explorada e mortalmente ferida”.
A seguir, o papa Francisco disse que a palavra que mais aparece no Antigo Testamento depois do nome de Deus é “ben”, que significa “filho” em hebraico.
Assim, o papa disse que “os filhos são um presente de Deus”, que infelizmente “nem sempre são tratados com respeito”.
Francisco falou sobre “a tempestade de violência de Herodes” que massacra as crianças de Belém e irrompe imediatamente também sobre o recém-nascido Jesus.
“Um drama sombrio que se repete noutras formas da história”, disse o papa Francisco.
O papa disse também que Jesus e seus pais viveram então “o pesadelo de se tornarem refugiados num país estrangeiro, como acontece hoje com muitas pessoas, muitas crianças”.
Na sua vida pública, Jesus quebrou a tradição “que considerava a criança só como um objeto passivo”, ao dizer aos seus discípulos: “Deixai as crianças vir a mim, não as impeçais, pois dos que são como elas é o reino de Deus”.
O papa Francisco disse que quando Jesus chamou uma criança, colocou-a entre os discípulos e disse: “Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, jamais entrareis no reino dos céus”.
“Há muitas crianças forçadas a trabalhar”, disse o papa. “Uma criança que não sorri e não sonha não será capaz de conhecer ou deixar florescer os seus talentos”.
“Em todas as partes do planeta existem crianças exploradas por uma economia que não respeita a vida; uma economia que, ao fazê-lo, queima o nosso maior depósito de esperança e amor”, disse Francisco.
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O papa Francisco exortou os fiéis a não ficarem indiferentes a essa situação e a não aceitar “que as irmãzinhas e os irmãozinhos mais novos, em vez de serem amados e protegidos, sejam privados da sua infância, dos seus sonhos, vítimas da exploração e da marginalização”.
Por fim, o papa pediu ao Senhor “que abra as nossas mentes e corações ao cuidado e à ternura, e que todos os meninos e meninas do mundo possam crescer em idade, em sabedoria e em graça recebendo e dando amor”.
Um espetáculo de circo no Vaticano
No fim da catequese, os 60 membros da companhia de circo CirCAfrica, que vêm de diferentes países africanos, fizeram um espetáculo preparado especialmente para o papa Francisco.
“Os circenses têm essa missão, também entre nós: fazer-nos rir e fazer coisas boas. Agradeço muito a todos vós”, disse o papa depois da apresentação.
Mais tarde, o papa disse que, passado o Natal, “a Igreja convida cada batizado a refletir sobre a luz” da sua vida.
No fim da audiência, o papa pediu aos fiéis que não se esqueçam de rezar pela paz, especialmente “pela Ucrânia, Nazaré e Israel” e por todos os países em guerra.
“Não esqueçamos que a guerra é sempre, sempre, uma derrota”, concluiu Francisco.
